Numa carta enviada à Prensa Latina, intitulada Vicente Feliú, Trovador Eterno, a autora destaca que o notável artista “deixou seus territórios da música e da poesia sabendo que já estava semeado entre nós”.
Estava prestes a iniciar um novo concerto e caiu em um palco, em seu mundo de magia poética, abraçando seu violão, símbolo de sua vida de peregrino, expressa ela ao se referir à surpreendente morte do artista, na última sexta-feira.
Calloni destaca que Feliú fez parte dos idealizadores de um dos eventos culturais mais importantes da Revolução Cubana, a Nueva Trova, que desafiou todo o isolamento e saiu pelo mundo para movimentar as multidões.
“Ele enriqueceu a música com uma linguagem de superação nas letras, sempre poéticas, que se apaixonou e incendiou como uma expressão eterna da Nueva Trova, cujas canções continuam a viajar por todos os cantos do mundo e incentivaram toda uma geração e continuam fazer isso até hoje dia”, enfatiza a escritora.
Comovida com a partida física, Calloni lembra que Feliú compartilhou com cantores e compositores de diversos países, mas também com a humildade de um verdadeiro revolucionário, com tantos jovens desconhecidos que davam seus primeiros passos, como na Argentina.
Entre tantas lembranças, a intelectual lembra que teve a felicidade de compartilhar alguns encontros tanto em Buenos Aires quanto em Havana, nos quais esteve junto com sua família e sua filha, herdeira de sua mesma paixão.
“Cantavam juntos como se o estivessem a cantar perante uma multidão, e com a mesma emoção. Adorava estar entre amigos, em qualquer sítio, mesmo que fosse o mais pequeno e humilde. Acho até que eram os seus favoritos”.
Depois de destacar sua simplicidade e sensibilidade à flor da pele, Calloni descreve o autor de Mira como te creo mujer, entre muitos outros, como um homem transparente e caloroso que encorajava qualquer pessoa que quisesse caminhar nos labirintos da rebelião eterna.
“Só quero lembrá-lo como o ser humano maravilhoso que foi, por seu trabalho artístico e sua lealdade a uma revolução, que ele continuará a proteger e reivindicar com sua arte nas estradas do mundo.”
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