“Espero que, levando em consideração as ações que estamos tomando para garantir de forma confiável nossa capacidade de defesa, sejamos levados a sério”, disse o ministro russo das Relações Exteriores à televisão RT, falando sobre as prioridades da agenda internacional do país.
Também observou que Moscou planeja ativar uma plataforma de negociação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em janeiro de 2022, para discutir sua proposta de acordo entre ambas as partes, que inclui possíveis compromissos de segurança jurídica.
Em resposta a uma das perguntas, Lavrov considerou inadequadas as declarações do Secretário-Geral da Aliança do Atlântica, Jens Stoltenberg, sobre as iniciativas apresentadas pela Rússia em matéria de garantias de segurança, embora tenha alertado que o oficial termina o seu mandato este ano.
Afirmou que Stoltenberg fala “com arrogância” da inviolabilidade do princípio do Tratado de Washington que abre as portas a qualquer eventual candidato que pretenda aderir à OTAN, enquanto a Rússia lembra que não faz parte dessa estrutura, nem é signatária daquele tratado.
“Somos signatários de um documento regional euro-atlântico mais amplo que contém o princípio da indivisibilidade da segurança”, afirmou, referindo-se a uma das normas constantes dos estatutos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“Se o Sr. Stoltenberg acredita que os membros da OTAN têm o direito de cuspir neste princípio, que está consagrado nos documentos adotados ao mais alto nível, provavelmente é hora de ele ir para outro emprego, porque não está cumprindo suas responsabilidades”, expressou.
O chefe da diplomacia russa destacou que seu país não está interessado em conflitos e não quer uma guerra, mas garantirá estritamente sua segurança com os meios que julgar necessários.
“Alertamos cabeças impulsivas, tais como existem na Ucrânia, bem como há muitas no Ocidente”, disse ele.
Lavrov denunciou o recente bloqueio da transmissão do canal de televisão russo RT DE, na Alemanha, e disse que as autoridades do país são responsáveis por garantir que “cesse essa arbitrariedade”.
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