“O que acaba de ser aprovado criminaliza o protesto, legitima a justiça por suas próprias mãos, legaliza formas de paramilitarismo urbano. Autoriza a fuzilamento de jovens e indígenas”, disse o político Roy Barreras.
Assegurou que os colombianos devem saber que esta Lei autoriza detenções arbitrárias por meio da figura da condenação por proteção e legaliza massacres como o dos filhos de Llano Verde em Aguablanca que ousaram empinar pipas em propriedade privada.
“Legaliza cidadãos que querem atirar como se fossem ‘gente boa’ contra outros cidadãos”, alertou.
Barreras afirmou que exigirá essa norma sob o argumento de inconstitucionalidade por ter impedido muitos senadores de participarem do debate integral do projeto.
É claro que o governo Duque com este estatuto enfrentará com repressão brutal as demandas de cidadãos, jovens, desempregados, indígenas e mulheres.
Ele alertou que os cidadãos vão responder nas urnas contra este regulamento, o pior da era Duque, aprovado por partidos ligados ao governo, e o Tribunal Constitucional vai derrubá-lo.
Por sua vez, 28 parlamentares da oposição enviaram carta a organizações e líderes internacionais de defensores dos direitos humanos, na qual asseguram que a Lei de Segurança Cidadã é uma “violação” de suas recomendações sobre o excesso de força pública contra os protestos antigovernamentais
“Os artigos aprovados pelas maiorias parlamentares parecem encontrar a origem da insegurança no protesto social”, destacam no texto.
Alertaram para a questão da “legítima defesa privilegiada”, que dispensa a responsabilidade penal de quem exerce esse “direito” de repelir uma incursão violenta em suas propriedades, mesmo utilizando “força letal”.
“É importante destacar que a Alta Comissária das Nações Unidas alertou, em recente relatório sobre os protestos no país, que ‘recebeu informações de ataques e ameaças de membros da Força Pública contra pessoas que, durante as manifestações, exerceu um trabalho de promoção e garantia dos direitos humanos ‘”, frisaram.
O relatório detalhou que entre 28 de abril e 31 de julho deste ano recebeu queixas de 63 pessoas mortas durante os protestos e 76 por cento das mortes foram devido a ferimentos a bala.
De acordo com a investigação, pelo menos 28 das mortes foram obra de policiais e 10 delas foram responsabilidade de integrantes do Esquadrão Móvel Antimotim da Polícia Nacional e outras 10 pessoas foram supostamente vítimas de atores não estatais.
Somados às mortes documentadas, estão os relatos de 60 casos de violência sexual supostamente cometidos pela polícia. Até agora, a ONU verificou 16.
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