A lei, aprovada pela maioria governante na Assembleia Legislativa e seus aliados, foi criticada por ativistas que acreditam que seu forte caráter econômico aumentará as desigualdades no acesso à água.
“Conforme aprovado, a lei carece de uma abordagem baseada em direitos e não retoma o espírito dos cinco pontos indispensáveis pelos quais as comunidades e o movimento popular vêm lutando há 16 anos”, lê-se num comunicado.
O texto se refere ao reconhecimento da água como um bem público, com gestão com participação popular, gestão sustentável da bacia hidrográfica e um regime econômico justo e equitativo.
O Fórum Nacional da Água, a organização da sociedade civil que lidera esta demanda, também criticou o fato de o cálculo das taxas para o uso da água ter sido deixado ao critério dos funcionários, sem a participação do povo.
Entretanto, o partido no poder considerou a sessão plenária na qual a nova Lei Geral de Recursos Hídricos, que havia definhado para cinco legislaturas sem ter sido aprovada, foi aprovada como “histórica”.
A nova lei, composta de 179 artigos, define o quadro jurídico para o uso, gestão, exploração, distribuição, consumo, cuidado, proteção e prevenção dos recursos hídricos em escala nacional.
O primeiro artigo da lei estabelece que água e saneamento são direitos humanos e que o Estado salvadorenho deve garantir o cumprimento destes direitos para toda a população.
Além disso, estipula a criação da Autoridade da Água de Salvador, encarregada de aplicar o novo marco legal para a gestão da água e conceder licenças de exploração, entre outras funções.
“Esta lei é transparente e tem no coração os melhores interesses do povo salvadorenho”, disse a congressista e meteorologista Sandra Martínez, que chefiou a comissão parlamentar que emitiu o parecer da lei.
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