Em declarações ao jornal bósnio Oslobodenje, ele reiterou que Moscou e Washington possuem os maiores arsenais nucleares e, portanto, têm uma responsabilidade especial pela segurança estratégica do planeta.
O funcionário lembrou que, de acordo com os acordos de 16 de junho em Genebra entre os presidentes dos dois países, foi criado um mecanismo de consultas sobre estabilidade estratégica, que levou a duas reuniões, e o diálogo sobre segurança da informação foi retomado.
Entretanto, o Ministro das Relações Exteriores observou que a política da Casa Branca em relação ao país eurasiático cria uma atmosfera “tóxica” nas relações bilaterais que dificulta o estabelecimento de uma comunicação calma e profissional.
Ao mesmo tempo, ele descreveu a política de Washington em relação a Moscou como “hostil”, como evidenciado, disse ele, por suas sanções e acusações infundadas, entre outras medidas hostis.
Em outra parte da troca, Lavrov declarou que a linha do governo ucraniano de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) cria a possibilidade do surgimento de sistemas de mísseis de ataque perto das fronteiras da Rússia, o que constitui uma ameaça inaceitável para a segurança do país.
O chefe da diplomacia russa apontou que tal situação poderia levar a riscos militares e até mesmo a um conflito em grande escala na Europa.
Em sua opinião, é necessário reduzir o grau de confronto causado pela forma como os colegas americanos “cuidam de seus protegidos ucranianos”, enfatizou.
Ele observou que esta questão foi o foco de sua conversa em 2 de dezembro em Estocolmo com o Secretário de Estado estadunidense Antony Blinken e da cúpula de 7 de dezembro por videoconferência entre o presidente russo Vladimir Putin e seu homólogo norte-americano Joe Biden.
Ele disse que no diálogo entre os dois líderes, Putin ilustrou com exemplos específicos a linha destrutiva de Kiev que visava desmantelar os acordos de Minsk e os compromissos alcançados no formato da Normandia e expressou sua preocupação com as ações provocatórias de Kiev contra Donbass.
Ele explicou que os chefes de Estado concordaram em instruir suas equipes para iniciar um diálogo sério sobre estas questões.
A este respeito, Lavrov lembrou que, em 15 de dezembro, Moscou entregou ao lado americano suas propostas de um acordo bilateral sobre o assunto e outro sobre medidas de segurança para a Rússia e os Estados membros da OTAN e aguarda uma resposta sobre esses documentos.
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