Após uma primeira etapa em que as metas propostas não puderam ser alcançadas, principalmente devido à intensificação do bloqueio dos Estados Unidos e suas medidas coercitivas unilaterais, bem como da pandemia de Covid-19, os próximos anos são essenciais para ganhar espaço.
A ilha, que encerrou 2021 com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2%, aspira neste novo calendário atingir quatro por cento, mas a sua projeção é continuar a escalada positiva para chegar ao fim da segunda fase do Pndes, em 2026, com o nível inicialmente previsto.
Cuba não renuncia ao seu desenvolvimento apesar das circunstâncias adversas, afirmou o Vice-Primeiro Ministro e Ministro da Economia e do Planejamento, Alejandro Gil, durante o Oitavo Período Ordinário de Sessões do Parlamento em dezembro passado.
Nesse sentido, citou como sustentação das aspirações a recuperação do turismo e dos setores vinculados; o progressivo desempenho das atividades produtivas e de serviços, como a manufatura, a agricultura, o comércio e a construção civil, entre outras.
A isso acrescentou que se projeta um crescimento com uma redução do componente importado da economia (16 centavos de importação para cada peso do PIB, menor que o alcançado em anos anteriores), o que é positivo.
No entanto, o país terá de enfrentar desafios como as mais de 500 empresas estatais com prejuízos, a dolarização parcial da economia nas relações entre as empresas e destas com o setor não estatal, e desvios do desenho do sistema monetário, principalmente em relação à inflação no varejo (mais de 70%).
Não em vão as prioridades definidas pelo Governo este ano são avançar no processo de estabilização macroeconômica e na recuperação do papel do peso cubano como centro do sistema financeiro.
Do mesmo modo, estão a ser desenvolvidos trabalhos de estabilização do sistema eléctrico nacional, através da recuperação e criação de capacidades de geração, bem como através do aumento da utilização de fontes renováveis de energia.
A transformação do sujeito central do modelo econômico cubano: o sistema empresarial estatal, é outra questão vital neste período, sem descurar a atenção prioritária às pessoas, famílias e comunidades em situação de vulnerabilidade; e a promoção da autonomia dos municípios e do desenvolvimento territorial.
Cuba viveu em 2021 onde o confronto com a pandemia e o bloqueio dos Estados Unidos não impediu a adoção de medidas de dinamização da economia.
Entre os mais significativos estão aqueles voltados para o fortalecimento da empresa estatal, o aprimoramento dos atores econômicos com a inclusão das micro, pequenas e médias empresas e o aumento da produção agrícola.
Soma-se a isso a ampliação da carteira de negócios com investimento estrangeiro e o fortalecimento dos laços de cooperação com importantes parceiros, como a União Econômica da Eurásia, Vietnã e China, esta última com a efetiva inserção no projeto do Cinturão Econômico da Rota da Seda.
O ano que se inicia é igualmente desafiador, afirmou o presidente do país, Miguel Díaz-Canel, que insistiu na importância de manter a epidemia de Covid-19 sob controle, como premissa fundamental para cumprir os propósitos desta nova etapa.
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