Um comunicado assinado por 18 grupos celebra a vitória nas eleições presidenciais do candidato de esquerda Gabriel Boric sobre seu rival, o de extrema direita José Antonio Kast, mas alerta que o fascismo só foi derrotado eleitoralmente, não politicamente. O texto pede que Boric, que assumirá a presidência no dia 11 de março, traduza em medidas concretas suas intenções para evitar a impunidade dos crimes cometidos pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e durante a eclosão social de 2019.
“O novo governo deve priorizar a verdade, a justiça, a devida reparação e as garantias de não repetição, em conformidade com as obrigações internacionais de direitos humanos”, afirma.
Os signatários afirmam priorizar a reestruturação das Forças Armadas e da Polícia dos Carabineros e uma profunda reforma do Ministério Público e do Poder Judicial.
Exigem também a libertação dos presos políticos dos protestos de 2019, o fim da militarização da Macrozona Sul, onde vive o povo Mapuche, e o estabelecimento de uma política de diálogo na região.
Em relação às migrações no norte, eles rejeitam a proposta da extrema direita de construir uma vala na fronteira para impedir a entrada de indocumentados e defendem uma política que respeite os direitos humanos.
A carta foi assinada pela Associação de Familiares de Detidos Desaparecidos, Comissão Chilena de Direitos Humanos, Comissão de Ética contra Tortura, Coordenadora de Vítimas e Familiares de Trauma Ocular, Centro de Capacitação Memória e Futuro e Associação de Mulheres Democráticas, entre outras organizações.
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