O caráter preliminar da investigação, referiram-se os informantes, indica que irão procurar indícios de que foram cometidos os crimes de conluio e tráfico de influências, como passo preliminar para uma investigação aprofundada.
A investigação refere-se ao caso do suposto favorecimento de uma empresa para a construção de uma ponte, por iniciativa do lobista Karelim López, sócio do até recentemente secretário da presidência, Bruno Pacheco.
Entre os antecedentes da questão está o fato de que López, segundo uma estação de televisão local, visitou Castillo em um apartamento que o presidente usava para reuniões privadas, disse ele, em resposta à suposição de que havia discutido assuntos de Estado ali.
Também pela compra supostamente irregular de biocombustível, pela estatal Petroperú, de uma empresa cujo gerente se reuniu anteriormente com Castillo, caso que envolve também Karelim López.
Em situação semelhante, o promotor Ávalos recebeu depoimento do ex-presidente Martín Vizcarra e, por não poder processá-lo enquanto ele estava no cargo, congelou o caso até que o suspeito deixasse o cargo.
O ex-advogado anticorrupção Luis Vargas comentou que o promotor pode investigar Castillo, mas não pode acusá-lo, embora existam outros mecanismos pelos quais o Parlamento pode suspender o presidente para julgamento.
O chefe de Estado negou qualquer ilegalidade nos processos contra ele e prometeu relatar todas as suas reuniões fora do palácio do governo, que está pendente.
A decisão do procurador Ávalos atualizou a possibilidade de Castillo ser desocupado (demitido) pelo parlamento, pela imprecisa razão constitucional pela qual Vizcarra foi deposto e que a bancada da direita tentou semanas atrás contra Castillo, sem sucesso.
O ex-primeiro-ministro e parlamentar de esquerda Guido Bellido declarou que o presidente deve enfrentar as indagações com transparência e alertou para a possibilidade de a extrema direita aproveitar a situação para concretizar seu desejo de destituir o presidente.
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