Em declarações à rede de TV BFM, Castex frisou que espera a concretização desse objetivo, depois de na madrugada desta quarta-feira a Assembleia, dominada pelo partido no poder, aprovar em primeira leitura o projeto de lei que transforma o atual passe de saúde em passe vacinação contra Covid -19.
A votação na câmara terminou com 214 deputados a favor, 93 contra e 27 abstenções, pelo que é oportuno discutir no Senado a iniciativa com que o governo pretende pressionar os cinco milhões de franceses relutantes em serem imunizados, em plena disseminação da variante Ômícron do coronavírus SARS-CoV-2.
Ontem, o Senado, controlado pela oposição, decidiu que a análise do texto começará no plenário no dia 11 de janeiro.
Isso põe em risco o objetivo do governo, posição firmada a partir dos polêmicos comentários do presidente Emmanuel Macron, que admitiu que fará todo o possível para “incomodar” as pessoas que insistem em não se vacinar.
A Castex destacou que tentará convencer a Câmara Alta a avançar nos debates sobre o projeto, que se aprovado, condicionará as viagens e o acesso a restaurantes, cinemas, teatros, eventos, estádios e outras dependências à apresentação do cartão de vacinação, que só será ativado com um esquema completo. O caminho para a transformação do passe sanitário pode ser complicado, já que o Senado certamente modificará o texto promovido pelo Executivo, o que obrigaria os parlamentares das duas câmaras a buscar uma versão comum, que teria que ser adotada nas duas instâncias.
Se a comissão mista de deputados e senadores não chegasse a um entendimento, a iniciativa voltaria a ser debatida nas duas câmaras, mas na França é a Assembleia Nacional que dá a última palavra.
Setores da oposição veem na aprovação da vacinação um atentado às liberdades individuais, embora reconheçam o complexo cenário epidemiológico vigente, agravado na véspera com o relato de mais de 330 mil infecções por Covid-19, número inédito em quase dois anos de pandemia.
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