Falando em uma conferência de imprensa sobre as prioridades da política externa russa em 2021, Lavrov disse que Moscou tem amplos laços militares e técnico-militares bilaterais com parceiros, aliados e uma presença em diferentes regiões do mundo.
“É claro que seremos guiados pelos interesses da estabilidade global quando discutirmos novos passos com nossos aliados, numa base bilateral, nessa direção”, disse ele.
O ministro das Relações Exteriores explicou que as forças de paz da CSTO chegaram ao Cazaquistão a pedido das autoridades cazaques e que as tropas já estão sendo retiradas após o fim da missão.
Ele enfatizou que tal situação contrasta com a das tropas dos EUA no Iraque, que permanecem no país mesmo após a exigência do parlamento iraquiano de sua retirada.
Lavrov chamou a atenção para os pedidos de Washington para uma explicação sobre a razão pela qual o Cazaquistão convidou as forças da CSTO (Armênia, Belarus, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão) quando a operação do contingente de manutenção da paz mal havia começado.
Ele observou que, assim que as autoridades cazaques disseram que a situação estava sob controle e que a CSTO poderia começar a se retirar, eles o fizeram. Entretanto, ele disse, “quando os estadunidenses irão embora?”, referindo-se à saída dos militares estadunidenses do Iraque.
Lavrov significou o interesse de alguns países em estabelecer interação com esse grupo militar, acrescentando que sob a carta da CSTO, as nações que desejarem aderir à organização podem se candidatar.
“No último ano e meio, os chefes de Estado assinaram um protocolo que altera a carta e cria instituições parceiras e observadoras, além de ser membro pleno”, disse ele.
Em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de o Cazaquistão ingressar no Estado da União da Rússia e Bielorrússia, ele salientou que Moscou não tem o hábito de atrair outros países para suas alianças, como o Ocidente está fazendo agora.
“Nossos colegas ocidentais têm o hábito de atrair a todos a aderir a eles, assim como agora convidam todos a aderir à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Esse não é o nosso método. Somos pessoas instruídas”, disse o chefe da diplomacia russa.
mem/mml/vmc