Lima, 15 jan (Prensa Latina) A expectativa de mudanças ministeriais persistiu no Peru até o momento, sob pressão da direita sobre o presidente Pedro Castillo para manter a política tradicional incólume e apelos progressistas para tornar efetivas as transformações prometidas.
Por um lado, economistas e analistas neoliberais, pedem a nomeação de ministros para elementos da mesma linha, com a promessa de dar estabilidade a Castillo, abalado pela maioria da imprensa, que o assedia com acusações de corrupção. A campanha promove nomes que cultuam o mercado e desqualificam outros com melhor imagem, como o chefe da Economia, Pedro Francke, que, sem decisões pioneiras, é considerado eficiente por amplos setores.
Na mesma direção, empresários lançam epítetos ao presidente – que anunciou mudanças de ministros após uma tentativa da direita de removê-lo fracassar – e exigem que ele se dissocie das forças de esquerda que o apoiaram no caminho para sua eleição.
Nesse contexto, longas reuniões entre o chefe de Estado e o secretário-geral do partido governista Peru Livre, Vladimir Cerrón, e parlamentares do grupo provocaram o uivo de alarmes do lado direito do espectro político.
Do setor progressista, em meio às contradições, foram ouvidos apelos para manter a unidade que possibilitou a vitória eleitoral de Castillo, e não apenas para defender o primeiro presidente eleito sob bandeiras de esquerda de um golpe “suave”, mas também para antecipar as transformações e avançar para a igualdade e a justiça que o presidente frequentemente invoca.
Alguém disse que em matemática e política não há coincidências, o que é o caso com a visita, em meio à complexa situação, do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Mauricio Claver-Caroni, um extremista de direita ligado ao ex-presidente dos EUA Donald Trump (2017-2021).
O personagem se reuniu com o chefe de Estado, o chanceler, Oscar Maúrtua, e o ministro da Economia e Finanças, após o que elogiou a economia peruana e sugeriu “uma política econômica responsável”, conceito utilizado pela direita e empresários para impedir as mudanças prometidas por Castillo.
(Retirado de Orbe)/ ml