Depois de um diálogo com seu homólogo croata Gordan Grlic Radman, o ministro russo acrescentou que os Estados Unidos haviam divulgado informações de que Moscou organizaria um ataque à população de língua russa no Donbass, a fim de obter um pretexto para lançar suas tropas na Ucrânia.
Ele enfatizou que a tragédia atual naquele país começou em 2014, mas não foi o resultado de algum tipo de provocação da Rússia, mas o resultado de um golpe de Estado apoiado e até mesmo organizado em grande parte por Washington.
O Ministro das Relações Exteriores russo salientou que devido a esses eventos, Kiev está agora sob o controle externo dos Estados Unidos, razão pela qual, em sua opinião, Washington está em posição de forçar o governo ucraniano a cumprir com os acordos de Minsk.
Ele lembrou que esta questão foi discutida pelos presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Joe Biden, na cúpula de 16 de junho de 2021, em Genebra. “Espero que os colegas americanos se encarreguem disso”, observou ele.
Na segunda-feira, o representante permanente da Rússia junto à Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Alexander Lukashevich, disse declarações dos representantes de Kiev àquele órgão indicam que a Ucrânia está trabalhando para romper os acordos de Minsk.
“A Ucrânia, talvez, em palavras, às vezes confirma um certo compromisso com este pacote de propostas de acordo, mas está trabalhando em sua demolição prática”, disse ele, de acordo com a agência de notícias TASS.
Os acordos de Minsk de fevereiro de 2015 visam uma solução pacífica do conflito no leste da Ucrânia e, além de um cessar-fogo, preveem a retirada das armas, uma anistia e o restabelecimento dos laços econômicos.
Eles também incluem a implementação de uma profunda reforma constitucional naquele país, que deve levar à descentralização do poder, levando em conta o status especial de certas regiões de Donetsk e Luhansk.
Entretanto, o conjunto de medidas incluídas nos acordos aprovados pelas autoridades ucranianas, Rússia, França e Alemanha não foram implementadas por Kiev, que se recusou a implementar sua parte política.
A presidência russa reafirmou seu compromisso com os acordos de Minsk, que considera a única base para a resolução do conflito interno na Ucrânia.
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