Apenas quatro países do continente têm 100% de cobertura elétrica, disse a análise das fundações África-Europa e Mo Ibrahim, apresentada durante um fórum on-line sobre energia e mudança climática.
Dos 1,3 bilhões de africanos, apenas 54,7 por cento desfrutam deste serviço básico, em uma região onde apenas o Egito, Ilhas Maurício, Seychelles e Tunísia têm cobertura total de energia, disse a reportagem, relatada aqui pelo diário Jornal de Angola.
Cerca de 10 milhões de pessoas morrem todos os anos na África por falta de eletricidade, disse Damilola Ogunbiyi, oficial das Nações Unidas, em sua qualidade de representante especial do secretário-geral da ONU para Energia Sustentável para Todos.
Lembrou que mais de quatro milhões de mulheres africanas morrem a cada ano devido a problemas de saúde atribuíveis à poluição do ar interno por combustíveis de cozinha.
Embora o chamado Continente Escuro represente 17% da população mundial, corresponde apenas 3,4% do consumo mundial de energia, o diagnóstico das duas fundações foi reafirmado.
Enquanto isso, as emissões de dióxido de carbono representam apenas 4% das emissões globais; mesmo que o continente desaparecesse, o problema climático continuaria, advertiu Kandeh Yumkella, diretora geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial.
Enquanto petróleo, gás e carvão fornecem 91,5% da energia consumida na África, a União Europeia (UE) utiliza muito mais eletricidade produzida a partir de combustíveis fósseis, observou o fórum.
As discussões, promovidas pelas fundações África-Europa e Mo Ibrahim, se concentrarão na próxima cúpula entre a União Africana e a UE, marcada para fevereiro de 2022, após sucessivos adiamentos devido à pandemia de Covid-19.
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