Na pior das hipóteses, cerca de 500.000 pessoas poderiam ser afetadas nos territórios de Nampula, Zambézia, Sofala, Manica Tete e Niassa, informou a Rádio Moçambique nesta segunda-feira.
O meteorologista Acácio Tembe confirmou à estação que o ciclone trará chuvas fortes, embora os ventos não sejam de grande intensidade, apenas na faixa de 100 e 120 quilômetros por hora.
As províncias de Niassa e Nampula, no norte, e Zambézia, Sofala Manica e Tete, no centro, poderiam ser direta ou indiretamente afetadas pelo evento, explicou o representante do Instituto Nacional de Meteorologia em Maputo.
As chuvas, disse o especialista, podem atingir acumulações de mais de 100 milímetros por dia durante os próximos quatro dias.
Devido ao aquecimento das águas superficiais no Canal de Moçambique, a depressão atingirá o status de tempestade tropical, e está projetada para entrar no continente através da província de Nampula, disse ele.
O Instituto Nacional para Redução e Gestão de Riscos e Desastres decidiu enviar equipes multisetoriais para as áreas em risco, com o objetivo de fortalecer os meios de assistência à população.
O vice-diretor do Centro Operacional Nacional para Emergências, António Beleza, disse à imprensa que uma das principais missões das equipes é trabalhar com as autoridades locais para conscientizar as famílias e evitar perdas humanas.
Já posicionamos ativos e recursos em alguns locais considerados estratégicos e, dependendo das atualizações, vamos reposicioná-los melhor. Também avaliaremos as estradas de acesso que podem ser afetadas para que não tenhamos problemas em servir à população”, disse.
Há menos de três anos, Moçambique foi devastado pelo ciclone Idai, que deixou um rastro de destruição em todo o país e em partes do Zimbábue e Malaui, com danos estimados pelo Banco Mundial em dois bilhões de dólares.
Em março de 2019, o Idai destruiu parcialmente o corredor que liga o Porto da Beira com os vizinhos Zimbábue, Malaui e Zâmbia, causando grandes falhas na distribuição de alimentos e combustíveis.
Todo ano, entre outubro e abril, Moçambique enfrenta a estação chuvosa, caracterizada por frequentes tempestades e ciclones do Oceano Índico contra a costa leste da África Austral.
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