O Apóstolo expôs este conceito pela primeira vez em uma nota do jornal Patria, em 26 de janeiro de 1895, sob o título da Revista Literária Dominicense.

“A pátria é a humanidade, é aquela porção da humanidade que vemos mais de perto e na qual nascemos; e nem se deve permitir que com o engano do santo nome se defendam monarquias inúteis, religiões ventrudeas ou políticas descaradas e a fome” escreveu Martí.

“Nem mesmo porque esses pecados muitas vezes recebem o nome de pátria, deve o homem se recusar a cumprir seu dever de humanidade, na parte dela que lhe é mais próxima”, disse ele.

Na opinião do estudante da obra de Martí Armando Hart Dávalos, com este conceito o Apóstolo fechou o ciclo que começou na adolescência com o poema Abdala, no qual definiu que o amor pela pátria “é o ódio invencível contra aqueles que a oprimem, é o eterno rancor a quem a ataca”.

“Só com uma visão integradora de alcance universal poderemos enfrentar com sucesso os colossais desafios que o mundo como um todo enfrenta hoje”, sublinhou o intelectual em 2010, referindo-se à validade da frase.

Da mesma forma, assegurou que esta ideia é a que acompanha o projeto social cubano quando compartilha suas experiências, envia médicos a outros países e promove o pensamento de Martí.

Por sua vez, o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, em um discurso em fevereiro de 1999 na Aula Magna da Universidade Central da Venezuela, disse que esta foi uma das frases mais extraordinárias de Martí.

“Claro que há partes dessa humanidade que estão mais próximas e outras que estão mais distantes. Quando falamos de humanidade, pensamos, antes de tudo, em nossos irmãos latino-americanos e caribenhos, dos quais nunca esquecemos”, disse o então presidente do Conselho de Estado.

Na ocasião, também defendeu o levantamento da bandeira de que a Pátria é a humanidade, “conscientes de que só podemos nos salvar se a humanidade for salva”. O site do Ministério das Relações Exteriores apontou recentemente que esse conceito martiano está diretamente relacionado à contribuição que a ilha caribenha oferece no combate à Covid-19: desde os profissionais de saúde enviados ao redor do mundo até a incessante atividade de pesquisa científica.

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