Buenos Aires, 28 jan (Prensa Latina) O presidente argentino Alberto Fernández anunciou hoje que o país chegou a um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à dívida assumida por seu antecessor, Mauricio Macri.
Esta é a notícia econômica mais esperada para a Argentina. Após intensas negociações e com grande tensão nos últimos dias nos mercados antes do acordo, o país finalmente conseguiu chegar a um consenso para liquidar pouco a pouco os quase 45 bilhões de dólares tomados em 2018, dos quais 731 milhões deveriam ser desembolsados na segunda-feira e pouco mais de 300 milhões na terça-feira.
“A Argentina chegou a um acordo com o FMI, governar é um exercício de responsabilidade, tínhamos um laço no pescoço e agora temos um caminho que podemos seguir”, disse Fernández em um discurso na televisão nacional, no qual ela assinalou que sem este acordo, o país não tinha horizonte.
O presidente explicou que, ao contrário de outros acordos anteriores assinados pela Argentina, este entendimento não contempla restrições que adiam o desenvolvimento, não restringe, limita ou condiciona os direitos de nossos aposentados, nem força a reforma trabalhista.
Ele não impõe um déficit zero, não relega nossos gastos sociais e respeita nossos planos de investimento em ciência e tecnologia, ressaltou o chefe de Estado da Residência Olivos, onde acrescentou que com este entendimento agora será possível ter acesso a novos financiamentos.
O presidente salientou que, sem este entendimento com a organização financeira, as possibilidades comerciais, econômicas e financeiras que a Argentina necessita seriam seriamente limitadas. É um acordo, disse ele, que não condiciona, podemos agir exercendo nossa soberania e executar nossas políticas de crescimento, desenvolvimento e justiça social.
Fernández destacou que temos que crescer para poder pagar porque não há outra forma possível. “Tínhamos uma dívida impagável que nos deixou sem presente e sem futuro, e agora temos um acordo razoável que nos permitirá crescer e cumprir nossas obrigações através de nosso crescimento”, observou ele.
O presidente expressou sua fé e confiança nos argentinos. Tenho confiança na força de nossa indústria, em nossos cientistas, em nossas PMEs, no talento de nossos empresários e nos sonhos de nossos jovens, disse ele, depois de lembrar que agora devemos crescer e honrar nossas obrigações ao mesmo tempo em que construímos uma Argentina justa, com mais desenvolvimento e melhor infraestrutura.
Perto do final, ele especificou que eles continuarão a encomendar as contas públicas sem condições e disse que enviará o acordo proposto ao Congresso para sua consideração, apelando ao compromisso nacional de todos.
Existe um futuro porque estamos consolidando este presente, enfatizou, depois de nos convidar a olhar para o futuro. É hora de unir as soluções e não dividir sobre os problemas, concluiu ele.
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