A situação tornou-se uma preocupação da Casa Branca e está marcada para esta quinta-feira uma visita do presidente Joe Biden a Nova York para tratar do problema, algo sobre o qual o Congresso não concordou em sucessivos governos, tanto republicanos quanto democratas.
Por exemplo, nesta segunda-feira o jornal The Hill exemplificou a crise com o estado de Washington (noroeste) onde, segundo dados de 2021, houve um aumento nos homicídios e tiroteios na área de Seattle, com 88 tiroteios fatais e 372 feridos por armas de fogo no condado onde está localizada a cidade do noroeste do Pacífico.
O jornal comparou que em 2020, durante o primeiro ano da pandemia de Covid-19, o condado de King registrou um recorde de 69 homicídios com armas de fogo e 268 ferimentos por disparo, segundo dados do relatório Shots Fired fornecidos pelo Gabinete do Procurador do Condado de King.
A esse respeito, o promotor Dan Satterberg chamou o aumento da violência armada como “uma experiência exclusivamente estadunidense em resposta à pandemia”, segundo o The Seattle Times.
Relatórios de agências governamentais dizem que os tiroteios também aumentaram em todo o país em 2021, com 1.405 incidentes de tiro em 2021, em comparação com 1.025 em 2020 e 858 em 2019.
Os dados do Project Shots Fired vêm de 20 departamentos de polícia do condado de King, que representam cerca de 79% da população total do condado.
Outros relatórios indicam que em janeiro as principais cidades dos Estados Unidos experimentaram um aumento de crimes violentos.
Por exemplo, um policial foi baleado em Washington, DC, e dois outros policiais foram mortos a tiros na cidade de Nova York, uma cidade onde as pessoas se acotovelam enquanto esperam pelos trens do metrô da cidade.
Da mesma forma, em Chicago, uma das cidades com a situação mais crítica, a violência com armas de fogo continuou a causar estragos e, por exemplo, durante um fim de semana deste mês 22 pessoas foram baleadas.
Esse aumento nos crimes violentos com armas de fogo levará Biden à chamada Big Apple.
“O presidente nunca ficará satisfeito ou complacente quando policiais forem mortos a tiros ou quando os estadunidenses tiverem que se preocupar se podem andar de metrô ou de ônibus com segurança ou até mesmo estar no trabalho”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, no início deste mês.
Segundo analistas, a crise vai continuar enquanto o Congresso não acabar com o porte de armas, em um país onde há 120 desses dispositivos nas mãos de civis para cada cem habitantes e um total de 393 milhões. Somente em janeiro de 2021, mais de dois milhões de armas foram vendidas, um recorde mensal.
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