O líder do Partido Religioso Nacional disse à imprensa sua intenção de instalar seu escritório naquela área, habitada inteiramente por palestinos, que consideram sua presença uma provocação.
Apoiado por muitos simpatizantes, Ben Gvir ergueu ontem um toldo no local e colocou várias mesas como escritório temporário, situação que provocou protestos furiosos dos palestinos, até ser evacuado pela polícia.
Várias emissoras de televisão transmitiram imagens dos confrontos ocorridos na noite de ontem entre os homens fardados e apoiadores do legislador durante o despejo.
As cenas mostraram os parlamentares israelenses de esquerda Ofer Cassif e Ahmed Tibi em confronto com radicais de direita.
“Nunca um parlamentar em Israel levantou a mão contra um policial”, tuitou na segunda-feira o ministro da Segurança Pública, Omer Bar-Lev, referindo-se a Ben Gvir, conhecido por ter uma foto dele em sua sala durante anos. , que assassinou 29 palestinos na Caverna dos Patriarcas em 1994.
O Crescente Vermelho informou que pelo menos 21 palestinos ficaram feridos durante os confrontos.
Tanto o governo quanto as várias formações palestinas alertaram contra a provocação.
Israel está brincando com fogo, responderemos à escalada com escalada, disse Mushir al-Masri, líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
Por sua vez, o porta-voz do Executivo, Nabil Abu Rudeineh, denunciou “o terrorismo judaico em Sheikh Jarrah e em toda a Cisjordânia”.
O que aconteceu naquele bairro e o aumento da violência dos assentados atingiram níveis sem precedentes, ressaltou. Sheikh Jarrah ganhou notoriedade internacional pelos protestos massivos do ano passado, quando os tribunais israelenses retomaram as ordens para confiscar as casas de quatro famílias que moram lá há gerações.
A batalha jurídica e política sobre o caso tornou-se simbólica do futuro daquela parte da cidade, que os palestinos reivindicam como capital de seu futuro Estado, posição defendida pela maioria dos países.
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