A este respeito, o professor cubano e assessor de turismo José Luís Perelló destacou que Cuba tem potencial suficiente para liderar a indústria de viagens no Caribe, ponto de vista que foi retomado pela mídia especializada na segunda-feira.
Ele destacou que vários documentos oficiais (antes da doença), dos Estados Unidos, e análises, levavam em conta a preponderância de Cuba no turismo regional.
Estes textos não só apontavam para Cuba devido à sua localização geográfica, mas também devido ao seu desenvolvimento nos últimos anos, antes da Covid-19.
Entre essas análises, ele apontou o Plano Diretor do Porto de Miami para 2035, o relatório da Associação Caribenha de Hotelaria e Turismo e uma reunião em St. Kitts e Nevis.
Todos estes documentos e reuniões levaram em conta o desenvolvimento turístico de Cuba, agora em fase de recuperação, desde 15 de novembro do ano passado.
Isto foi recorrente no fato de que alguns mercados expressaram a possibilidade de criar um centro de cruzeiros marítimos em Havana.
Isto, juntamente com a ideia da companhia aérea russa Aeroflot de estabelecer um hub aéreo em Havana e o anunciado voo direto Beijing-Havana, poderia ter sido elementos-chave.
Tudo isso deu aos analistas grandes esperanças, sem considerar a chegada da pandemia e seu impacto, juntamente com o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba através de mais de 200 medidas de pressão.
As ideias de reforços anteriores à doença proporcionaram um elo de alto otimismo, na época com o tempero do restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana, que mais tarde declinaram devido às pressões acima mencionadas.
O Caribe encerrou 2014, por exemplo, com 44,9% de todas as viagens de cruzeiro no mundo, um exemplo que colocou a região em uma situação favorável, levando em conta que itinerários proeminentes como os do Mediterrâneo declinaram naquela época.
Cuba tem mais de 70.000 quartos em 360 hotéis em todo o país, e seu turismo cresceu consideravelmente antes da pandemia.
Entretanto, apesar dos surtos da doença, a ilha continua a investir em infraestrutura e planos estão em andamento para revitalizar o setor, o que pode, em algum momento, definir uma recuperação definitiva.
O fato de mais de 80% da população estar vacinada contra a Covid-19 em Cuba, bem como as medidas de proteção à saúde, indicam que o otimismo é possível.
A esperança de retornar aos níveis anteriores, embora impensável agora, tem elementos suficientes para transformar esta ilusão em uma cartilha para o futuro.
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