Da capital provincial da Lunda Norte, a imprensa indicou que a sessão judicial ali prevista contra o líder do autoproclamado Movimento do Protetorado da Lunda Tchokwe, José Domingos Mateus, e outros 22 arguidos, foi adiada.
Nem o tribunal nem os advogados de defesa explicaram as razões da decisão, uma vez que a audiência estava marcada para esta segunda-feira, adianta o relatório da Angop, datado na cidade do Dundo, a cerca de 1.200 quilómetros de Luanda.
Segundo a fonte, os 23 reclusos são acusados de alegados crimes de rebelião, indignação contra o Estado e símbolos nacionais, bem como conspiração para cometer crimes.
A audiência da próxima quarta-feira será à porta fechada e a imprensa só terá acesso ao tribunal quando chegar a altura da leitura da sentença, que será definida na próxima sessão, explicou a Angop.
Desde o início, acrescenta a nota, o julgamento decorre sem acesso público, com o objetivo de garantir a segurança e evitar situações que possam pôr em perigo o seu desenvolvimento, por se tratar de “um caso mediático e sensível”.
Conforme recordou a Angop, na madrugada de 30 de janeiro de 2021, cerca de 400 indivíduos pertencentes ao referido Movimento atacaram uma esquadra de polícia em Cafunfu, pertencente ao município do Cuango, na província da Lunda Norte (nordeste).
Os autores tinham o objetivo de ocupar a unidade policial e proceder à deposição da bandeira nacional, com o uso de armas de fogo, artefatos explosivos artesanais, objetos contundentes e outros meios, informou a nota.
Segundo o Ministério Público, em fevereiro de 2018, José Domingos Mateus, na qualidade de presidente do alegado Movimento, dirigiu uma carta à Casa Civil do Presidente da República, solicitando autorização para a realização de manifestações nas províncias do Moxico, Lunda Norte e Lunda Sur. A resposta oficial na época foi que a petição deveria ser apresentada aos governos locais correspondentes, destacou a mídia.
Posteriormente, Domingos Mateus solicitou à Administração Municipal do Cuango que autorizasse a realização de uma marcha no dia 30 de janeiro de 2021, a qual foi negada em cumprimento das normas sanitárias face à pandemia de Covid-19.
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