Havana, 14 fev (Prensa Latina) Coincidir na vocação e na vida é um privilégio que faz da vida cotidiana um exercício de aperfeiçoamento contínuo, e isso é confirmado por aqueles que hoje estão unidos pelo amor ao ensino e à família.
Os professores Alejandro Castañeda e Diana Sedal aliam a dedicação diária a uma educação edificante com o desafio de educar seus filhos e cuidar da casa que construíram.
Ambos são identificados pelo amor dessa profissão de aulas preparadas na intempérie, de instruir no bem e ser exemplo para seus alunos, e que os levou a assistir juntos, nestes dias, ao recém-concluído XIII Congresso do Ensino Superior Universitário 2022 , realizada no Centro de Convenções de Havana.
Ele é jornalista e professor de Comunicação Social da Universidad de Oriente, ela é reitora da mesma universidade, reconhece na compreensão os pilares de uma aliança que perdura depois de 22 anos.
“De um modo geral, coincidimos em quase tudo, em como conceber a família, como educar nossa filha. Estou na retaguarda, apoiando-a para que ela possa realizar seu trabalho. Como professora, meu ônus é menos que o dela, por isso em casa tentamos dividir o peso do trabalho”, disse Castañeda à Prensa Latina.
Assim como coincidiram no evento acadêmico, o país iniciou a discussão de um novo Código da Família que tem o compromisso de alcançar a harmonia dentro dos lares, o que para eles é o dia a dia.
“Os especialistas encarregados de elaborar a norma buscaram intencionalmente o fortalecimento da família, a igualdade entre mulheres e homens, a distribuição equitativa do trabalho doméstico”, disse a professora.
Ele, por exemplo, gosta de cozinhar – admitiu Diana – “e, de trabalhar intensamente, como nós, a única forma de o conseguir é com apoio mútuo absoluto”.
A também professora de Filosofia afirmou que ela só poderia cumprir com eficiência sua missão internacionalista na Venezuela, porque cuidava da filhinha; como também lhe correspondia quando Castañeda teve que viajar para Angola anos depois. “Respeito pelos espaços e compreensão, essa é a chave”, insistiu.
Também presentes no evento acadêmico, os professores Esther María Surós e Carlos Enrique Lezcano encontram na afinidade do afeto pela mesma profissão e no afeto compartilhado aliados que se tornam, por exemplo, nos debates enriquecedores dentro de casa.
“Ao analisar um programa de estudos, ou revisar um documento normativo, sempre tenho os critérios deles, e acho que isso é um ponto forte”, confirmou à Prensa Latina, responsável pelos programas de mestrado do Conselho Nacional de Acreditação, órgão de avaliação da qualidade dos planos e processos de educação superior na ilha caribenha.
Por exemplo, acrescentou, a pandemia levou a muitas avaliações virtuais, incentivando o teletrabalho; analisamos mais de 30 programas de mestrado nesse período. Foi um processo complexo, mas foi alcançado e hoje os resultados são palpáveis, tudo graças, entre outros fatores, ao fato de poder contar com o apoio deles.
Para Lezcano, assessor do Ministério do Ensino Superior, “foi uma sorte na vida conhecê-la, humana, afetuosa, companheira, amiga”.
Você acha que o ensino também é fortalecido a partir dessa relação?
“É positivo por muitas razões, tanto para a qualidade do ensino superior como para as experiências de vida, poder trocar constantemente os nossos conhecimentos, tendo coincidido na profissão e na família”, sublinhou.
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