Com grande parte dos oficiais de alta patente em terra e depois das nove horas da noite na capital Havana, uma detonação tirou metade do navio da água, que acabou por afundar junto à bóia onde estava parado.
Segundo documentos históricos, o encouraçado da Marinha dos Estados Unidos chegou a Havana em 25 de janeiro de 1898 com uma tripulação de 354 homens para uma suposta visita de rotina.
Até hoje, sua explosão deixa mais perguntas do que respostas sobre uma possível auto agressão, acidente ou ato premeditado da Espanha.
A imprensa sensacionalista americana não hesitou em acusar os espanhóis do naufrágio e jornais como o New York Journal e o New York World influenciaram a opinião pública de acordo com esse critério.
A Marinha dos Estados Unidos criou uma comissão para investigar os fatos e após suas investigações produziram um relatório no qual observaram que “somente a explosão de uma mina localizada sob o navio” poderia ter causado tal destruição.
O relatório chegou ao Congresso dos Estados Unidos em 29 de março e se tornou o pretexto direto para declarar guerra à Espanha em 25 de abril.
O lado espanhol sustentou que após a explosão não se viu nenhuma coluna de água ou ondas, nem havia peixes mortos nas redondezas, fenômenos que seriam perceptíveis se houvesse uma explosão submarina.
Outras teorias tratam de um possível acidente causado por uma explosão no interior devido ao superaquecimento do carvão.
Documentos da época mostram que este encouraçado fabricado em 1895, com 100 metros de comprimento, 17 metros de largura e pesando 6.700 toneladas, transportava uma carga dupla que exigia medidas especiais de segurança.
O navio transportava carvão para abastecer as oito caldeiras que alimentavam suas hélices gêmeas e cerca de 60 toneladas de pólvora negra usada como munição para seus sistemas de armas.
Em 1911, o governo dos EUA decidiu retirar os restos do Maine do fundo da Baía de Havana, que foram rebocados, dinamitados e afundados em alto mar, desaparecendo assim as evidências físicas.
Os historiadores concordam que a explosão foi o pretexto norte-americano para interferir na guerra de independência contra a Espanha, que terminou com uma intervenção militar e o estabelecimento de uma República sujeita aos interesses do país vizinho.
Em 1925, o governo cubano de Alfredo Zayas inaugurou o monumento dedicado às vítimas do Maine em frente ao Malecón da capital em memória dos 266 marinheiros que perderam a vida na explosão.
No topo da estrutura, uma águia careca estava com as asas estendidas como símbolo da presença dos Estados Unidos na ilha.
E lá permaneceria até 18 de janeiro de 1961, o Conselho de Monumentos criado pelo governo revolucionário cubano, concordou em modificar o monumento e como consequência disso a águia foi suprimida, e outras mudanças foram feitas, como a colocação de uma placa com a seguinte inscrição: “Às vítimas de El Maine que foram sacrificadas pela voracidade imperialista em sua ânsia de tomar a ilha de Cuba”.
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