Falando ao The Jerusalem Post, Ahmad al-Deek, principal conselheiro do ministro das Relações Exteriores palestino, disse que a posição de Gantz confirma a recusa de Tel Aviv em buscar uma solução negociada para o conflito.
Falando na Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha, o ministro mostrou sua oposição à criação de um Estado palestino, conforme demanda da comunidade internacional.
“No futuro, os palestinos terão uma entidade, mas não um estado completo”, enfatizou.
As palavras de Gantz enfraquecem a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e encorajam setores da extrema direita israelense, apontou o Deek.
O assessor lembrou que os pactos assinados pelos vários partidos israelenses para formar o governo de coalizão “não incluem qualquer referência a um processo de paz ou à questão palestina ou aos direitos legítimos do povo palestino”.
Nesse sentido, sublinhou que o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, também se recusou publicamente a dialogar, reunir-se com a liderança da ANP e criar um Estado palestino.
Com suas palavras, Gantz exige que os palestinos aceitem a ocupação, os assentamentos e a judaização de Jerusalém Oriental, enfatizou.
A retórica e as ações de Tel Aviv no terreno confirmam sua política de “consolidar assentamentos e apartheid na Palestina ocupada”, disse ele ao Deek.
O funcionário também criticou os Estados Unidos por evitar pressão sobre seu aliado.
“Washington está testemunhando a expropriação de terras, a expansão dos assentamentos, a punição coletiva e o deslocamento dos moradores de Jerusalém. Como pode o governo dos EUA falar sobre uma solução de dois Estados quando tudo isso está acontecendo”, perguntou ele.
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