Apesar dos esforços do governo para alcançar a estabilidade e levar assistência humanitária aos cidadãos, a criminalidade renovada da Frente continua aterrorizando inocentes e afetando seus meios de subsistência, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Dina Mufti.
Impede a entrega de artigos tanto em Tigray quanto nas áreas afetadas pelo conflito em Afar e Amhara, disse o porta-voz em entrevista à Horn Affairs, publicação online multilíngue que trata da realidade do chamado Chifre da África.
Há alocações de fundos para ajuda, tomamos medidas para criar acesso a localidades danificadas e trabalhamos com organizações como o Programa Alimentar Mundial mas, reiterou, “a criminalidade do TPLF (sigla em inglês) é um obstáculo a esses esforços.
Mufti também explicou o processo para realizar um diálogo nacional, com o objetivo de garantir estabilidade e segurança para o crescimento integral do país.
Esperamos um diálogo transparente e inclusivo, em cada nível social a partir da base, não entre as elites, e que vise abordar as diferenças para criar um ambiente propício à construção de uma paz duradoura, baseada no entendimento mútuo, disse.
No entanto, esclareceu, as organizações que foram designadas como terroristas pelo Parlamento (TPLF e Shene) não participarão neste processo, porque a sua essência, ações e ambições são incompatíveis com os objetivos de um diálogo inclusivo.
Sobre a Grande Barragem do Renascimento Etíope, Mufti disse que o início da operação de uma turbina no domingo, 20 de fevereiro, é um processo lógico dentro do projeto, porque a construção e enchimento do reservatório estão diretamente relacionados.
Queremos usar um recurso natural próprio para fornecer energia a quase 70% da população que vive sem acesso a eletricidade. Essa sempre foi a intenção da Etiópia. Não queremos prejudicar o Egito e o Sudão, assegurou.
Como a Barragem Alta fica no rio Nilo, uma importante fonte transfronteiriça, queremos que seja uma fonte de cooperação, não de atrito. Isso é consistente com nossa visão e nossos esforços para alcançar uma maior integração regional, ressaltou.
A Etiópia, salientou, continua empenhada nas negociações com o Egito e o Sudão para chegar a um acordo sobre a exploração da albufeira, sem abrir mão do direito de explorar os seus recursos e sob os auspícios da União Africana.
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