Em áudios vazados pela imprensa e acusados de Do Val, a Mamãe Falei, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo partido de direita Podemos, afirma que as mulheres ucranianas são “fáceis porque são pobres”, além de outras avaliações sexistas.
Ele supostamente considera as mulheres ucranianas deusas e compara as filas de refugiados com as das casas noturnas do Brasil.
Em sua coluna de 1º de março, a jornalista Mónica Bérgamo, do jornal Folha de São Paulo, publicou uma entrevista com a parlamentar, na qual afirma que a capital “foi cobrada em transmissão direta na segunda-feira, em seu canal (plataforma de Vídeos do YouTube”.
Do Val aparece no audiovisual com dois voluntários de um movimento civil que oferecem ajuda humanitária a refugiados e enviam mantimentos.
Ainda segundo a entrevista, antes do alvoroço de suas declarações sexistas, “parte do dinheiro, segundo o deputado, será destinado à compra de alimentos e mantimentos. Serão doados ao movimento voluntário”.
O site Rede Brasil Atual garante que o empenho do legislador em apontar os relatos da viagem não diminui a indignação causada por seus comentários inapropriados.
Para Rede, os discursos ressoaram o suficiente para que Do Val retirasse sua candidatura ao governo de São Paulo e fosse desautorizado pelo candidato presidencial, o ex-juiz Sérgio Moro, que até então recebia o apoio da Mamãe Falei.
O senador Humberto Costa escreveu nas redes sociais que “a imunidade parlamentar não é sinal verde para o desrespeito à legislação do país”.
Ele alertou que, ao atacar as mulheres ucranianas, Do Val “atropelou as normas da Assembleia de São Paulo, o Código de Ética, a Constituição e a Lei Maria da Penha (protege as mulheres contra a violência doméstica e familiar). Ele não pode ficar impune. O Senado deve ouvi-lo”, disse.
Costa denunciou que as declarações do deputado afetam a imagem do Brasil no exterior. “Os ataques às mulheres ucranianas são lamentáveis sob todos os pontos de vista: moral, político, ético. Este é um parlamentar, um representante do povo”, comentou.
O Podemos repudia veementemente as declarações e, com base nelas, inicia imediatamente um procedimento disciplinar interno para esclarecer os fatos, informou a presidente do partido, Renata Abreu.
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