Acho errado fazer promessas que não se podem cumprir, disse o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros em entrevista à rede de televisão TF1, na qual admitiu que com esta posição o Ocidente perdeu a oportunidade de se aproximar de Moscou.
Em junho de 2020, a Ucrânia tornou-se o sexto estado a ter o status de parceiro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com possibilidades ampliadas.
No final de 2021, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou suas propostas sobre garantias de segurança na Europa, nas quais instava o Ocidente a renunciar à implantação de armas nucleares fora do território nacional e a repatriar as já implantadas.
Ele também exigiu que a Aliança Atlântica voltasse às posições de 1997, interrompesse a expansão para o leste e excluísse a entrada das nações da antiga União Soviética.
Mas a UE e a OTAN ignoraram as exigências de Moscou e esta última organização insistiu em expandir seus membros, planos que o Kremlin descreveu como uma provocativa ameaça direta.
Inscrevem-se neste contexto as ações de inclusão da Ucrânia na coligação, bem como a possibilidade de simplificar o procedimento geral de adesão daquele país à UE, facto que o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, qualificou hoje como um “erro”.
Momentos antes da Cúpula informal da UE em França, o chefe de governo belga disse que esta última opção exige “muito tempo e reformas”, salientando que existem procedimentos administrativos, técnicos, mas também um processo político.
Em 28 de fevereiro, o presidente da Ucrânia, Volodímir Zelenski, assinou o pedido de adesão de seu país ao mecanismo comunitário e no dia seguinte o Parlamento Europeu endossou uma resolução concedendo-lhe o status de candidato.
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