Aprovada em 2003 em caráter temporário e desde então renovada semestralmente, a chamada Lei da Cidadania proíbe a concessão automática desse direito a palestinos que se casam com nacionais.
É uma norma racista, “milhares de pessoas que vivem dentro do país e não prejudicam sua segurança, vivem sem direitos básicos e sem capacidade de trabalhar por causa dessa lei cruel”, escreveu o deputado Ayman Odeh, líder da Lista Conjunta, no Twitter, uma coalizão de pequenos partidos árabes e de esquerda.
A sua colega de câmara, Aida Touma-Sliman, falou na mesma linha, considerando que esta iniciativa é um sinal do regime do Apartheid vigente. O legislador criticou duramente os partidos Meretz (pacifista) e Raam (árabe), ambos membros da aliança governamental, que votaram contra o projeto. Se você faz parte da coalizão e do Executivo, você é responsável por todas as decisões, destacou Touma-Sliman.
O também legislador Esawi Frej considerou que este regulamento é imoral, antidemocrático e antijudaico. “Não é uma lei de cidadania, mas uma lei de status que priva milhares de pessoas de status e direitos básicos que o Estado permitiu entrar, mas não lhes permite viver”, denunciou Frej naquela rede social.
A aliança governamental, que controla 61 dos 120 assentos do Knesset, é composta por oito formações de várias tendências ideológicas que vão de islamistas e de esquerda à extrema direita, unidas pela rejeição ao retorno ao poder do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Embora Meretz e Raam tenham rejeitado a iniciativa, a extrema-direita da oposição (incluindo o partido Likud, liderado por Netanyahu) votou para aprová-la.
A reunificação familiar permite que um israelense solicite a cidadania de seu cônjuge estrangeiro. A maioria deles é enviada por árabes-israelenses, que somam quase 1,9 milhão, em nome de um cônjuge palestino que vive na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza.
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