Somente durante os últimos janeiro e fevereiro, pelo menos 47 crianças foram mortas ou mutiladas em várias partes do país, condenou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em comunicado.
“Desde que o conflito se intensificou no Iêmen há quase sete anos, a ONU verificou que mais de 10.000 menores foram mortos ou feridos, embora o número real seja provavelmente muito maior”, ressaltou.
Diante dessa situação, a agência convocou todas as partes na guerra a proteger os civis, especialmente esse setor da população.
O Comitê da Cruz Vermelha Internacional (CICV) afirmou ontem que mais de 20 milhões de iemenitas, de uma população de 30,5 milhões, não têm acesso a cuidados médicos básicos e 16,2 milhões estão ameaçados pela falta de alimentos.
Apenas 51% dos centros de saúde estão em serviço após quase oito anos de guerra, o que torna a assistência médica um luxo, lamentou aquela instituição.
O CICV destacou que mais de 1 milhão de minas terrestres e munições não detonadas são plantadas em todo o país, causando mortes e ferimentos diariamente.
A guerra começou em 2014, quando os rebeldes pegaram em armas e ocuparam grandes partes do país, incluindo sua capital, Sana’a.
No ano seguinte, uma coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, interveio no conflito em apoio ao presidente Abd Rabbu Mansour Hadi.
De acordo com o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, dois terços da população, cerca de 20 milhões de pessoas, dependem de assistência humanitária e 80% vivem abaixo da linha da pobreza.
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