O presidente pediu no último sábado – quando ninguém previa que a admissão ao debate seria aprovada ontem – para exercer seu poder constitucional e expor perante o Congresso.
As bancadas parlamentares decidiram, por outro lado, que Castillo apresente sua mensagem, mas fora do processo de vacância, que será definido em 28 de março.
Em virtude disso, o polêmico presidente do Congresso, Maricarmen Alva, enviou uma carta a Castillo na qual pede que a informe sobre os assuntos que tratará e pede que não fale sobre o impeachment.
A bancada do partido no poder, Peru Libre, questionou os pedidos de Alva por considerar inadequado buscar restrições à mensagem do presidente, segundo o parlamentar Germán Tacuri após uma reunião entre o presidente e a bancada, no palácio do governo.
Acrescentou, no entanto, que é prerrogativa de Castillo decidir em conjunto com o Conselho de Ministros sobre o conteúdo de seu discurso, que já foi aprovado por este no sábado, segundo o primeiro-ministro, Aníbal Torres, ao solicitar que o Congresso receba o presidente.
Tacuri anunciou que Castillo vai debater a política geral do Governo e vários temas, como a reabertura das escolas após uma paragem de dois anos, devido às medidas de precaução contra a Covid-19.
Por sua vez, o porta-voz do partido no poder, Waldemar Cerrón, declarou que o chefe da legislatura pode fazer sugestões ao presidente sobre a mensagem, mas ele pode aceitá-las ou não.
Cerrón acrescentou que o presidente se referirá a questões como educação, saúde, agricultura, transporte, ou seja, tudo o que os peruanos precisam, sejam de esquerda ou de direita, segundo disse.
Enquanto isso, o voto de ontem a favor do debate da vaga, de 76 votos contra 41 contra, fez os promotores da medida que acreditarem que podem chegar aos 87 votos (dois terços do total de parlamentares) necessários para desocupar Castillo.
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