Organizada pela Fototeca de Cuba, a exposição faz parte da programação da XIV Bienal de Havana, o maior evento de artes visuais contemporâneas da maior ilha do Caribe e que conta com o apoio de centenas de profissionais do grêmio, após tentativas de boicotes que ocorreram no final de 2021.
Nesta ocasião, os criadores articulam peças em carvão, emulsão fotossensível, mosaicos, instalações e projeções de vídeo, para chamar a atenção para as ações irresponsáveis da humanidade, que causaram a aceleração das mudanças climáticas.
Destacam-se na seleção títulos como Entre Linhas, da brasileira Renata Román, cujas fotografias impressas em papel couchê fosco fazem alusão à configuração de plantas, seres humanos e meio ambiente, além de instalações sonoras da paraguaia Paz Encina, que abordam o tema do desmatamento.
Também destaca o trabalho do coletivo Fibra, que se inspirou nos incêndios florestais que atingem a região de Ucayali (Peru), enquanto Gabriele Rothemann (Alemanha), Marcela Magno (Argentina) e Cecilia Barreto (México), exploram a relação entre arte e ambiente.
Segundo a curadora da exposição, Margarita Sánchez Prieto, este projeto se destaca pela visão que oferece da paisagem, que transcende o convencionalismo e analisa as capacidades expressivas do ambiente, para além da beleza da paisagem.
Nesse sentido, destaca-se a proposta de Magno, que através das capturas fotográficas do Google Earth, detalha as áreas de extração de recursos naturais e alerta sobre o desastre ambiental, a deformidade social e o futuro do continente.
Até 30 de abril, acontecerá a Bienal, que a partir de 12 de novembro de 2021 abriu suas portas em Cuba sob o lema Futuro e Contemporaneidade em resposta aos desejos de artistas e especialistas em artes visuais de se reencontrarem após o isolamento social imposto pelo Covid -19.
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