“Não é segredo que na região há um avanço predominante do neoliberalismo e um recuo dos movimentos democráticos e sociais e sua ausência nos espaços governamentais”, disse Dilma em uma reunião internacional do Grupo Puebla, que reúne líderes progressistas de 16 países da América Latina e da Europa.
O fórum promove o debate Democracia e Igualdade: rumo a um modelo solidário de desenvolvimento, que visa refletir sobre os desafios no subcontinente e no mundo.
Para o ex-presidente, é imperativo que a América Latina mais uma vez una forças para uma maior integração entre países e os torne menos dependentes da exportação de matérias-primas.
Considerou que o poder potencial da América Latina deve ser reforçado e centralizado, “em quem?”, ela respondeu, “em nossa integração regional”, acrescentou ela.
Em outra parte de seu discurso, Dilma advertiu que as sanções contra a Rússia, envolvidas em um conflito com a Ucrânia, pelos Estados Unidos e pela Europa “geram um risco absoluto de desglobalização”.
Apontou que a realidade na Ucrânia porá um fim à globalização das últimas três décadas e terá consequências econômicas duradouras para o mundo inteiro, como disse um diretor da BlackRock Inc, uma empresa americana considerada a maior empresa de gestão de ativos e riscos do mundo.
O ex-primeiro ministro espanhol José Luis Zapatero e o presidente colombiano Ernesto Samper também participaram do debate.
De acordo com os organizadores, o ex-chefe de estado brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva encerrará a reunião amanhã às 18h00, horário local, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com um seminário intitulado Igualdade e o futuro da América Latina.
O Grupo Puebla foi fundado em julho de 2019 na cidade mexicana do mesmo nome durante um período de resistência política, em meio a golpes de Estado e ao desmantelamento do esforço sindical regional.
De acordo com o reitor da UERJ, Ricardo Lodi, a necessidade de investir fortemente na educação, saúde, ciência e tecnologia para garantir uma melhor qualidade de vida para a população latino-americana será destacada durante os dois dias de painel.
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