A pasta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na ilha, juntamente com os seus homólogos locais, prioriza o fortalecimento de programas agroalimentares inclusivos contra a desnutrição e que contribuam para a soberania e segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável.
O representante da FAO na ilha, Marcelo Resende, explicou à mídia cubana que eles também direcionam seus esforços e cooperação para enfrentar as mudanças climáticas, aumentar a resiliência e reduzir os riscos de desastres de paisagens produtivas sustentáveis.
A uma pergunta da Prensa Latina, respondeu que entre os principais resultados desta colaboração está o apoio à implementação do Plano de Soberania Alimentar e Educação Nutricional e a elaboração do projeto de Lei de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, cuja aprovação pelo Parlamento está pendente agendado para o próximo mês.
Resende salientou que esta política e o seu enquadramento legal vão apoiar a redução da dependência de alimentos e insumos importados, garantir, entre outros aspetos, a qualidade e segurança alimentar, a redução de perdas e mobilizar os meios educativos, culturais e de comunicação sobre estas questões.
Em relação ao desafio das mudanças climáticas, destacou que Cuba está implementando, com a assistência técnica da FAO, o projeto IRES, financiado inicialmente pelo Fundo Verde para o Clima com recursos não reembolsáveis em territórios cubanos severamente afetados pela seca e necessitados de expandir suas áreas de cultivo.
Trata-se de uma iniciativa de resgate de 35 mil hectares de terras cobertas de marabu, que serão intervencionados com módulos agroflorestais e silvipastoris (tecnologia, maquinário, sementes e fertilizantes), bem como a mitigação de 2,7 toneladas de gases de efeito estufa, aos quais foram alocados 38,2 milhões de dólares.
O IRES, aprovado em 2020 para execução em sete anos, fortalecerá a adaptação da produção local de alimentos e garantirá o abastecimento e acesso a esses itens em comunidades rurais altamente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas nas províncias de Matanzas, Villa Clara e Las Tunas.
Este projeto está em correspondência com as ações da FAO em nível global para acompanhar os países na transformação de seus sistemas alimentares e está comprometido com a descentralização, gestão e desenvolvimento local, além de aproximar a agricultura do conhecimento, ciência, tecnologia e inovação.
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