Segundo os organizadores, o discurso de duas horas de Lula será ouvido na Concha Acústica Marielle Franco da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O Grupo Puebla foi fundado em julho de 2019 na cidade mexicana de mesmo nome durante um período de resistência política, em meio a golpes e ao desmantelamento do esforço de união regional.
O fórum é formado por líderes de partidos progressistas de 16 países da América Latina e da Espanha que, durante os dois dias do encontro na UERJ, priorizam temas vitais como igualdade, democracia, justiça social, desenvolvimento solidário e desigualdades durante e após a a pandemia de Covid-19.
Durante seu discurso, o ex-presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, exortou ontem à esquerda a reconstruir uma unidade política global na qual a igualdade seja um valor indispensável da democracia.
Falou sobre as origens da desigualdade no mundo e como, junto com a igualdade, é uma das questões verticais das revoluções.
“Sem liberdade não podemos pensar em igualdade” e vice-versa, disse o político, que considerou que ambas as condições são pilares de qualquer projeto democrático.
Ele pediu que se estudasse e aprofundasse sobre o processo de colonialismo e escravidão para entender a história porque “a memória é parte da verdade”.
O ex-líder colombiano Ernesto Samper convidou a mudar o modelo político, econômico e social da América Latina após o término da pandemia de Covid-19.
Denunciou que o colonialismo devastou os países em desenvolvimento e que “nascemos desiguais e devemos pensar em como superar tal condição”.
Para isso, acrescentou, é necessário um modelo de desenvolvimento diferente, não o neoliberal que empobrece e sacrifica o Estado.
A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff pediu a colocação dos pobres no orçamento e nos investimentos sociais das nações latino-americanas para começar a combater a desigualdade.
“Não é segredo para ninguém que predomina na região um avanço do neoliberalismo e um recuo dos movimentos sociais democráticos e a ausência destes nos espaços governamentais”, disse.
Insistiu na urgência de que a América Latina volte a unir esforços para uma maior integração entre os países e que estes sejam menos dependentes da exportação de matérias-primas.
Considerou que o poder potencial da América Latina deve ser fortalecido e centralizado, “em quem?”, respondeu, “na nossa integração regional”.
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