O evento reuniu quase mil delegados de 13 nações no Palácio de Convenções desta capital, motivados a refletir sobre o impacto da Covid-19 e maior ativismo, equidade e justiça social, com saldo positivo em termos de maturidade e qualidade do reflexões, segundo a diretora do Centro de Estudos da Juventude (CESJ), Keyla Estévez.
Na opinião da pesquisadora, as questões em discussão foram essenciais para o avanço do desenho na ilha de uma política abrangente de atenção à infância e juventude, bem como para a necessária integração entre a academia e as autoridades.
Só para citar alguns exemplos, em cima da mesa para análise estava a participação dos jovens como sujeitos ativos da mudança, soberania alimentar, ambientes protetores, projeto do novo Código das Famílias, discriminação racial, dinâmica demográfica, violência de gênero e inserção laboral.
Entre os delegados ao encontro, o estudante congolês de medicina do sexto ano Yann Syldick apresentou um estudo sobre vícios relacionados ao uso excessivo de tecnologias e redes sociais causados em crianças e jovens pela pandemia, que gerou perda de habilidades sociais, vícios e transtornos de comportamento.
Quando soube do Congresso, imediatamente me interessei em participar, pois é uma grande oportunidade de compartilhar com pesquisadores de prestígio de outras instituições do país e enriquecer e contrastar nosso conhecimento, disse à Prensa Latina, agradecendo e relacionando seu interesse pela ciência à sua formação na Escola Latinoamericana de Medicina.
As sessões de trabalho do evento também foram um momento propício para apresentar o Relatório da População Mundial no dia de seu lançamento por UNFPA e, assim, promover a problematização de uma questão como as gravidezes indesejadas, que hoje representam metade das que ocorrem, em detrimento do desenvolvimento das sociedades e das mulheres.
A Prensa Latina conheceu com exclusividade as ações realizadas pela Federação de Mulheres Cubanas para a prevenção da gravidez na adolescência, com destaque para a promoção da educação sexual, formação de docentes, ações comunitárias e incentivo à comunicação entre pais e filhos.
O intercâmbio entre os delegados foi acompanhado pelas mais altas autoridades de organizações juvenis e estudantis, além de personalidades convidadas, que também inauguraram a exposição Juventude Cubana, 60 anos de Revolução.
Esta exposição recolhe parte da história da participação de crianças, adolescentes e jovens nas principais tarefas de impacto económico, político e social da ilha.
Aylín Álvarez, primeiro secretário da União de Jovens Comunistas de Cuba (UJC), chamou a atenção naqueles dias para a necessidade de se ajustar à dinâmica da época para sustentar o poder de convocação e eficácia mobilizadora, em tempos complexos devido à confrontos do mundo virtual e das redes sociais.
Ao final do encontro, o membro da secretaria do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), Jorge Luis Broche, destacou a qualidade e o rigor das propostas do evento, ao mesmo tempo em que reconhece o trabalho do CESJ, juntamente com a UJC e a Organização de Pioneiros José Martí, estes últimos que comemorarão na próxima segunda-feira a um novo aniversário.
O próximo Congresso Internacional de Pesquisadores sobre Infâncias, Adolescências e Juventudes foi convocado para abril de 2024 em Cuba, e até então acontecerão oficinas e outros eventos específicos, que proporcionarão a esta edição resultados abrangentes e também novos desafios.
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