Inúmeros profissionais da ciência e da academia jogaram tinta vermelha na fachada do Congresso dos Deputados, para tornar visível com sangue falso e biodegradável o crime que envolve décadas de inação climática.
Renomadas personalidades espanholas como Fernando Valladares e Jorge Reichmann correram o risco de serem presos para alertar o resto da sociedade sobre a catástrofe climática que ameaça toda a humanidade.
De acordo com o movimento internacional denominado Rebelião Científica, este evento está incluído na semana de ações em mais de 25 países contra o aquecimento global da atmosfera.
O grupo exigiu compromissos firmes, efetivos e imediatos dos líderes políticos, além de conscientizar os cidadãos sobre o que já constava no relatório do painel de especialistas das Nações Unidas, publicado na íntegra em 4 de abril.
O sangue vermelho derramado simboliza o estado de trágica emergência estabelecido pelo sexto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), e que o secretário-geral da ONU chamou de “código vermelho” que, se não for posto em prática, nos leva a “um caminho suicida para a humanidade”.
A Rebelião Científica é um movimento formado por pessoas pertencentes à comunidade científica e acadêmica, que em 2020 decidiu agir diante da inação política diante da crise climática e ecológica.
De 4 a 9 de abril, a Rebelião Científica organiza uma semana de mobilização internacional em 25 países com greves acadêmicas, divulgações científicas, ocupações universitárias e ações de desobediência civil.
Na Espanha, mais de mil pessoas já assinaram o manifesto “Rebeldes da ciência”, publicado pelo jornal El País, que detalha:
“Convidamos toda a comunidade científica, todos os grupos e atores sociais e todos os cidadãos, a agir. Chegou a hora de exigir mudanças que, se não produzidas, causarão um sofrimento inimaginável.
Um sofrimento que pode ser evitado. Só se aceitarmos que nosso maravilhoso planeta tem limites e que somos nós que temos que nos adaptar a eles.”
A Rebelião Científica pede ao governo espanhol que transforme as recomendações consensuais da comunidade científica em objetivos vinculantes, com mecanismos institucionais que garantam a participação real dos cidadãos, conforme previsto no acordo europeu de Aarhus desde 2005.
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