Com a desistência dos deputados Oriovisto Guimarães, Styvenson Valentim e Weverton Rocha, o pedido de investigação passa a ter 24 nomes e são necessários 27 para apresentar o pedido.
Segundo as denúncias, dois pastores sem vínculo com a pasta Educação, mas amigos da administração federal, pediram às autoridades propinas (dinheiro e ouro) para liberar recursos aos municípios.
O ex-ministro do setor Milton Ribeiro foi demitido do cargo por suspeitas de que agiu em benefício dessas indicações religiosas.
Guimarães justificou o seu revés na rubrica de que, embora tenham ocorrido atos graves no ministério, “uma CPI tão perto das eleições (em Outubro) vai acabar numa plataforma eleitoral”.
Segundo Valentim, “levar este debate ao Congresso Nacional em ano eleitoral serviria apenas para dar uma plataforma política à oposição”, embora “todas as denúncias de crimes devam ser investigadas e os criminosos punidos”.
Nesse sentido, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no dia 7 de março evitou comentar o mérito da demanda de abertura da diretoria, mas especificou que deve ficar claro qual o “fato determinado” que justifica a criação do CPI.
A imprensa garante que o governo de Jair Bolsonaro montou um “grupo de trabalho” para impedir que o pedido seja aceito por Pacheco.
As acusações são de terceiros que, “de repente, teriam feito algum tipo de negócio carregado de suspeitas. Mas não há, até o momento, nenhum indício que implique a participação de qualquer agente público”, disse ao portal R7 o senador Marcos Rogério.
Para a base da liderança do Senado, as acusações no caso ainda não foram comprovadas e até agora são apenas denúncias emitidas pelos prefeitos.
A Polícia Federal abriu duas investigações sobre a participação dos pastores e Ribeiro, mas ainda não concluiu as investigações.
Apesar das assinaturas, o início da operação da CPI depende do aval de Pacheco.
Em 2021, o legislador hesitou em autorizar a abertura da comissão de investigação do governo durante a pandemia de Covid-19 e só determinou o início dos trabalhos após despacho do Supremo Tribunal Federal.
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