Os confrontos eclodiram nas proximidades do complexo em meio a crescentes tensões sobre a ofensiva realizada por uma semana pelas forças de Tel Aviv na Cisjordânia.
A agência oficial de notícias Wafa informou que dezenas de soldados entraram no santuário e “atacaram os milhares de fiéis muçulmanos que estavam realizando a oração do amanhecer”.
Durante a operação, os militares usaram balas de borracha, granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
A polícia liberou seu poder de fogo enquanto invadia o recinto sagrado sem qualquer consideração pelos idosos e crianças de lá, enfatizou Wafa.
O Crescente Vermelho anunciou que mais de 60 pessoas foram transferidas para hospitais próximos.
Vários vídeos postados nas mídias sociais mostraram palestinos dentro enquanto corriam para se proteger dos tiros.
Outras imagens mostram um grupo de homens uniformizados escoltando uma criança palestina algemada.
Pelo menos um cinegrafista e jornalista palestinos ficaram feridos enquanto cobriam a repressão.
Os desordeiros levantaram bandeiras do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e atiraram pedras contra o policial Eliyahu Levy, oficial daquele corpo armado israelense, justificou na Rádio do Exército.
O imã da mesquita, Ikrima Sabri, denunciou a agressão e exigiu a solidariedade dos países árabes.
O local sagrado é reverenciado tanto pelos muçulmanos, que o chamam de Esplanada da Mesquita, quanto pelos judeus, que o conhecem como o Monte do Templo.
Para o primeiro, porque a Mesquita de Al Aqsa está dentro dela, enquanto para o segundo, porque seus dois templos bíblicos foram construídos lá.
Israel ocupou a parte oriental da metrópole na guerra de 1967 e, desde então, manteve o território sob seu controle, apesar das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
De fato, em 1980 as autoridades israelenses declararam toda a cidade a capital eterna e indivisível do país, posição rejeitada pela comunidade internacional.
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