Assim que o Departamento de Estado confirmou a permanência do alto funcionário

Nos dias 19 e 20 de abril, para participar de um encontro regional sobre migração, a Frente Nacional de Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso) considerou o chefe da diplomacia norte-americana persona non grata.

Blinken participará da Conferência Ministerial sobre Migração e Proteção, que contará com a presença de chanceleres e ministros da defesa de nações latino-americanas e caribenhas para discutir ações que garantam uma migração segura, ordenada e humana no hemisfério.

No entanto, especialistas questionam o discurso de Washington e alegam que há duplo padrão, porque certas nações, como Cuba, estão fechadas a opções para esse tipo de emigração, incentivando o uso de rotas irregulares para chegar ao país do norte.

No Panamá, outros analistas apontam que a visita da delegação de Washington ocorre algumas semanas antes de os Estados Unidos suspenderem as restrições de fronteira com o México, ao revogar uma regra que permite a expulsão imediata de migrantes, conhecida como Título 42.

Esta decisão, indicam, poderá aumentar os fluxos já mais elevados no primeiro trimestre deste ano em relação a uma fase semelhante em 2021, segundo registos do Serviço Nacional de Migração (SNM).

De janeiro a março passado, esses relatórios especificam que 13.425 pessoas (17% delas menores) viajaram pela perigosa selva de Darien, na fronteira com a Colômbia, a caminho dos Estados Unidos, enquanto em 2021, no mesmo período, foram registradas 5.622.

O visitante também terá encontros com o Presidente da República, Laurentino Cortizo, e com a Ministra das Relações Exteriores, Erika Mouynes.

A agenda inclui um passeio pelo Canal do Panamá e conversas com representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições financeiras internacionais e ONGs para avaliar a recuperação econômica.

Foi Mouynes quem informou em 3 de abril que Blinken viajaria ao Panamá para participar da reunião de chanceleres sobre questões migratórias, mas anunciou que também planeja analisar o Tratado de Promoção Comercial entre as duas nações, que entrou em vigor em outubro de 2012.

O Panamá manifestou ao governo Joe Biden seu interesse em abordar a revisão da taxa de redução tarifária, após protestos de produtores nacionais que asseguram que esta norma ameaça suas entregas e receitas econômicas.

Nos últimos sete dias, em plena Semana Santa, um protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis e a greve dos transportadores da Província do Panamá Ocidental tornou-se mais um sinal de descontentamento popular com a má gestão da economia por parte do Executivo.

Após dias de inatividade nas ruas, os motoristas em determinado momento cederam e foram até a sede da Autoridade de Trânsito e Transporte Terrestre (ATTT) convocada pelo governador daquela demarcação, Sindy Smith, para negociar em mesa de diálogo, mas não foram ouvidos.

Nesse sentido, os manifestantes responsabilizaram Carlos Ordoñez, chefe da ATTT, responsável pelas novas medidas de pressão, que está determinado, acrescentaram, a ignorar a exigência de que os altos preços dos combustíveis sejam congelados e a rever as tarifas atuais.

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