A paralisação de 48 horas de caráter preventivo registrou em seu primeiro dia a demanda das organizações sociais por um referendo para uma nova Constituição e a rejeição do modelo econômico neoliberal e do Parlamento sob controle da oposição.
Essas posições, somadas a medidas contra a onda de aumentos de preços, apoio à agricultura e melhores serviços públicos, foram levantadas pelos líderes sociais perante o primeiro-ministro Aníbal Torres, que ontem chegou a Cusco e conversou com eles.
A Federação Camponesa, o Sindicato Regional dos Professores, o Sindicato dos Taxistas, o Conselho Regional da Mulher e outros grupos participaram, enquanto as ruas pareciam desprovidas de tráfego de veículos e tomadas por marchas de organizações da cidade e chegadas da periferia da cidade andina localizada na região sul.
O ministro do Comércio Exterior, Roberto Sánchez, que participou do diálogo, destacou que os líderes levantaram a necessidade de “promover uma nova constituição que regule o mercado, a sociedade e o Estado com critérios de humanidade”, o que corresponde a um direito que ninguém pode arrebatar às pessoas.
O diálogo acordou uma nova reunião com a Presidência do Conselho de Ministros, posição oficial de Torres, para tratar de reivindicações prioritárias nas áreas da Saúde, Transportes e Comunicações, Agricultura, Cultura e Turismo, Educação e Energia e Minas.
Também foi confirmado que na próxima quinta-feira o Conselho de Ministros se reunirá em Cusco, chefiado pelo presidente Pedro Castillo, que obteve 82,7 dos votos naquela região no segundo turno das eleições, na qual derrotou a neoliberal Keiko Fujimori.
“Há muitas coisas que podemos alcançar conversando, concordando nessas mesas de diálogo, sem qualquer discriminação”, disse Torres ontem, que pediu a participação de outras organizações sociais.
O ministro Sánchez pediu o fim da greve e disse que um setor concordou, embora os porta-vozes do protesto tenham alertado que a mobilização vai continuar.
ode/mrs/hb