Primeira obra literária -originalmente do francês Antoine de Saint-Exupéry- traduzida para esse idioma, o texto pertence à coleção Yultaketza, uma nova linha editorial em idiomas nativos da Diretoria de Publicações e Impressos (DPI) do Ministério da Cultura do país centro-americano.
A publicação evoca as ligações de Saint-Exupéry com essa cultura ancestral, já que “pouca gente sabe que sua esposa, Consuelo Suncín, era salvadorenha do território de Sonsonate”, lembrou o embaixador daquela nação na ilha em declarações à Prensa Latina David Cruz.
Da mesma forma, referiu-se a teorias manipuladas por especialistas, que apontam para o papel de Suncín como inspiração para a obra, especialmente a personagem de La Rosa, bem como descrições da paisagem como a cadeia vulcânica existente em um de seus mundos imaginários.
Com a tradução de Valentín Ramírez, após uma década de trabalho, o volume se junta à extensa lista de edições feitas desta história, levadas para cerca de 475 idiomas.
Da mesma forma, o livro é uma homenagem às gerações de povos indígenas, silenciados no início do século 20 sob as ordens do governo do general Maximiliano Hernández Martínez, pois se torna uma oportunidade para preservar a herança dos falantes de náuatle sobreviventes.
Disponível no estande salvadorenho do Complexo Histórico-Militar Morro Cabaña, o volume completa a coleção daquele país no festival de letras, onde também se destacam peças do poeta Roque Dalton e da escritora Claudia Lars.
“Temos também o exemplar Altares, que conta as histórias das mulheres assassinadas no massacre de El mozote na perspectiva das vítimas”, destacou Cruz, lembrando a mancha sangrenta desses atos cometidos pelo batalhão Atlácatl da Forças Armadas. Armado contra a população civil em dezembro de 1981.
Fazem parte da seleção, exposta no evento literário até 30 de abril, dois volumes dedicados à história de El Salvador, textos da mitologia cuscatleca, nos quais são divulgadas histórias e lendas de origem maia no país, entre outros.
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