O jornal Times of Israel revelou que o ministro das Relações Exteriores Yair Lapid e Mansour Abbas, líder do Raam, concordaram durante uma reunião que a organização volte a unir forças com a coalizão, liderada pelo primeiro-ministro Naftali Bennett.
No início deste mês, aquela formação congelou a sua participação no Executivo pelos ataques ao local religioso, o terceiro mais sagrado para os muçulmanos.
Os quatro assentos de Raam são fundamentais para manter a heterogênea aliança governamental no poder.
Mesmo com esses quatro assentos, os apoiadores de Bennett controlam apenas 60 dos 120 assentos no Knesset (Parlamento).
A coalizão perdeu recentemente sua escassa maioria após a deserção da deputada ultranacionalista Idit Silman, que somou seu voto à oposição, liderada pelo partido Likud do ex-chefe de governo Benjamin Netanyahu.
Há três dias, o jornal Israel Hayom revelou que Bennett, Lapid e o ministro da Defesa, Beny Gantz, cancelaram suas viagens ao exterior devido à crise do governo.
A publicação especificou que os três políticos ficarão em casa no futuro próximo para tentar manter a coalizão de 8 partidos unida, com grandes diferenças entre eles.
Bennett lidera o grupo de extrema-direita Yamina, enquanto Lapid lidera o grupo Futuro e Gantz Azul e Branco.
Eles não querem deixar o país dada a situação delicada, comentou um alto funcionário citado pelo jornal.
Devido à falta de maioria no Legislativo e à possibilidade diária de uma fratura no Executivo, eles não podem se dar ao luxo de visitar outras nações, observou o jornal.
A coalizão heterogênea é formada por grupos de extrema direita, centro, islamismo e esquerda, todos unidos em sua rejeição ao retorno ao poder de Netanyahu, que liderou o país por 15 anos, 12 deles ininterruptamente.
Essas profundas diferenças ideológicas causam atritos constantes em inúmeras questões que vão desde a relação com os palestinos e a colonização judaica de suas terras até questões religiosas e orçamentárias.
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