Uma série de avaliações indicam que estamos diante de algo muito pior do que a recusa de concessão de vistos, apontou Casari no texto intitulado “Cuba-EUA: I visti non si vedono” (Os vistos não são vistos), uma brincadeira com palavras apoiadas pela sinonímia em italiano do substantivo “visa” (visto) com o particípio do verbo “ver”.
Ao abordar o processo iniciado em 2019 por jornalistas da agência de notícias para retornar ao trabalho na sede da ONU em Nova York e Washington, após estadias de férias em Cuba, o autor do artigo afirmou que é “altamente provável” que o problema seja político e não administrativo.
Em primeiro lugar, destacou, no caso de Nova York, os correspondentes da Prensa Latina são credenciados junto às Nações Unidas, o que obriga os Estados Unidos a conceder licenças como país-sede da organização mundial.
No entanto, o atraso persiste apesar dos esforços feitos pela Associação de Correspondentes das Nações Unidas com a Missão dos Estados Unidos na ONU.
Em vez disso, a Prensa Latina denuncia que inicialmente as autoridades norte-americanas haviam declarado que os pedidos estavam em um “processo administrativo”, mas depois deixaram de responder aos pedidos da organização sindical, especificou.
A este respeito, salientou que tanto a Unidade de Ligação e Acreditação dos Media da ONU como Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral António Guterres, estão cientes do problema.
Entretanto, acrescentou, um número crescente de personalidades e organizações de vários países manifestam preocupação com o que é claramente arbitrário.
Ao mesmo tempo, Casari afirmou que, no plano bilateral, não há motivo para impedir o trabalho dos jornalistas cubanos, já que a agência cubana não faz nada além de realizar em Washington a atividade que seus colegas estadunidense realizam em Cuba, como os casos da Associated Press e da CNN.
Na opinião do diretor do altrenotizie.org, propondo-se como baluarte da informação livre ao mesmo tempo em que impede o trabalho jornalístico dos cubanos nos Estados Unidos, obedece a uma concepção singular de liberdade de imprensa.
Por isso, considerou que as autoridades norte-americanas parecem temer uma agência noticiosa que, embora em dimensão e potencial econômico não seja comparável às norte-americanas, em termos de qualidade profissional não tem nada a invejá-las, mas bom ensiná-los.
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