“Coerente com os princípios e valores do Estado Plurinacional da Bolívia, reafirmo que uma Cúpula das Américas que exclua os países americanos não será uma Cúpula das Américas completa e, se persistir a exclusão das nações irmãs, não participarei da mesma”, escreveu o presidente em seu perfil no Twitter.
Estados Unidos, país anfitrião do encontro, decidiram excluir Cuba, Nicarágua e Venezuela sob o argumento de que são nações onde os direitos democráticos são violados.
A disposição de Washington gerou a rejeição de líderes e governos do continente e de organizações internacionais como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a Comunidade do Caribe (Caricom).
O presidente boliviano acrescentou a seus argumentos que seu país “baseia suas relações internacionais na Diplomacia Popular, com inclusão, solidariedade, complementaridade, respeito à soberania, autodeterminação e construção coletiva da Cultura do Diálogo e da Paz”.
O evento hemisférico se reunirá na cidade de Los Angeles de 6 a 10 de junho com uma agenda que abordará questões relacionadas à migração e saúde, pontos em que as nações excluídas têm muito a contribuir.
O anúncio do presidente boliviano de não comparecer à reunião põe em dúvida sua legitimidade, da qual também estará ausente o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pelo mesmo motivo.
As nações integradas à Comunidade do Caribe também poderão não compararecer ao encontro, já que vários de seus líderes manifestaram sua insatisfação com a recusa da Casa Branca em convidar Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Os primeiros-ministros de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, de Trinidad e Tobago, Keith Rowley, e de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, expressaram-se em conformidade.
Analistas políticos se perguntam que tipo de Cúpula das Américas seria em Los Angeles com a ausência de tantos países, mas, Washington, com seu silêncio, parece minimizar os acontecimentos.
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