Embora faltam três meses para o início oficial da campanha eleitoral -16 de agosto-, Lula e o líder de extrema-direita Jair Bolsonaro já atuam, como pretendentes impetuosos, em busca da principal posição de liderança no país.
O fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou que queria voltar ao poder para que ninguém se atrevesse a desafiar a democracia novamente. E assim, observou, o fascismo volta ao esgoto da história, de onde nunca deveria ter saído, aludindo ao governo Bolsonaro.
“Não há força maior do que a esperança de um povo que sabe que pode ser feliz novamente”, disse o ex-líder dos trabalhadores na sala do Expo Center Norte, onde também apresentou o movimento Vamos Juntos pelo Brasil, que reúne sete partidos políticos e grupos sindicais e sociais com a causa comum de derrotar o chefe de Estado nas urnas.
Lula mais uma vez reiterou sua aspiração de “redirecionar o Brasil para o futuro pelos caminhos da soberania, desenvolvimento, justiça e inclusão social, democracia e respeito ao meio ambiente”.
Também, em modo campanha, Bolsonaro, que busca um segundo mandato, recentemente tentou lançar sua candidatura em Brasília, mas sua nova organização política, o Partido Liberal, recuou e coordenou um ato moderado, levando em conta possíveis violações da política lei eleitoral.
Como esperado, o ex-capitão do Exército proclamou o que se prevê ser seu lema de batalha: “Estamos jogando uma luta do bem contra o mal”. Entre suas armas, além de culpar a pandemia de Covid-19 pela catástrofe econômica, ele recorre a programas de benefícios sociais para tentar ampliar as chances de vitória, mas enfrenta números negativos e falta de credibilidade.
Claramente, segundo analistas, espera-se uma campanha extremamente polarizada, como um retrato fiel da luta de classes no gigante sul-americano.
Comentaristas políticos consideram que a luta entre Lula e Bolsonaro pode ser a batalha inconclusiva das eleições de 2018, após a condenação sem provas do ex-juiz Sérgio Moro contra o líder do PT para retirá-lo da disputa pelo Palácio do Planalto (sede do o Poder Executivo).
Na época, um tribunal cassou a candidatura do ex-presidente por ser sancionado por supostos atos de corrupção; no entanto, em março de 2021, o Supremo Tribunal anulou todas as suas sentenças e recuperou seus direitos políticos e a possibilidade de aparecer na votação.
Lula, com 40,6% dos votos válidos, parece ter uma vantagem visível na próxima eleição presidencial, segundo uma nova pesquisa.
O estudo da Confederação Nacional do Transporte e do Instituto MDA mostra Bolsonaro como segundo classificado, com 32%.
Segundo essa investigação, o ex-presidente venceria no segundo turno (30 de outubro) o ex-paraquedista por 14 pontos (50,8% ante 36,8).
O Brasil, o país mais rico da América Latina, terá uma batalha eleitoral acirrada, cujo resultado possivelmente deixará consequências muito além de suas fronteiras, dizem várias vozes.
(Retirado de Orbe)