“Como a Cúpula das Américas de (Joe) Biden é marcada pela exclusão e pela imposição de uma agenda política, nossa Cúpula reunirá diversas vozes de todas as Américas”, disse Manolo de los Santos, diretor do Fórum do Povo em declarações à Prensa Latina.
O ativista confirmou que vários movimentos políticos e sociais da América Latina e uma ampla participação de diferentes setores nos Estados Unidos se reunirão naquela cidade de 8 a 10 de junho.
“Temos uma coalizão de mais de 150 organizações nos Estados Unidos e em Los Angeles que apoiarão e se mobilizarão para esta cúpula popular”, acrescentou.
Ele comentou que o evento inclui um programa de painéis de discussão com a presença, entre outros, do Dr. Cornel West, um conhecido filósofo afro-americano, ator e ativista de direitos humanos, e o líder da independência porto-riquenha Óscar López Rivera.
Os painéis girarão em torno de temas como Democracia para Quem?: As Consequências das Intervenções dos Estados Unidos nas Américas; Solidariedade além-fronteiras e Saúde como direito humano em todo o mundo.
Além disso, discutirão a violência de gênero e a luta pela libertação; Soberania alimentar, justiça climática e o futuro do nosso planeta; O papel da resistência cultural nos movimentos sociais; Economia Popular: Resistir à Dívida, Sanções e Roubo de Recursos e Justiça do Trabalho.
Da mesma forma, um dos painéis falará sobre a luta contra a supremacia branca, a violência do Estado e a militarização.
Queremos, disse De Los Santos, criar nossa visão compartilhada de democracia e uma vida digna para nosso povo.
A Cúpula dos Povos pela Democracia será o inverso da Cúpula das Américas, a primeira um espaço participativo que tentará abordar os principais problemas da região, disse.
Enquanto a de Biden, explicou, será marcada pela seletividade e sem uma agenda que realmente atenda às necessidades de nossos povos.
Prevista para os dias 6 e 10 de junho, o país anfitrião garante que ainda não estendeu os convites para a Cúpula das Américas, mas altos funcionários do governo democrata anteciparam que Cuba, Nicarágua e Venezuela ficarão de fora dessa Lista.
A eventual possibilidade de uma nomeação sem a participação de todas as nações desta parte do mundo provocou inúmeras reações México e Bolívia condicionam sua assistência a que esta seja uma cúpula sem exclusões.
Honduras e o grupo de países que integram a Comunidade do Caribe (Caricom) também manifestaram sua rejeição ao fato de a reunião de Los Angeles estar incompleta.
Como expressou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em abril passado, a IX Cúpula das Américas ainda pode ser uma oportunidade se, de forma inclusiva e em igualdade de condições para todos os países, debater, sem exclusões e com sincero compromisso, os problemas mais prementes que afetam o continente.
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