Manágua, 23 mai (Prensa Latina) O analista político Manuel Espinoza afirmou aqui hoje que os Estados Unidos querem criar um sistema maior de divisão para formalizar a exclusão de países da próxima Cúpula das Américas.
“A influência dos EUA sempre foi forte e colossal, mas estamos vendo que, dada a sua habitual arrogância, 14 países da Comunidade do Caribe e outras nações como México, Argentina e Bolívia e outros, dizem que não concordam com a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela”, destacou o especialista em diálogo com a Prensa Latina.
O também diretor do Centro Regional de Estudos Internacionais (CREI), referiu-se à construção por Washington de uma suposta unidade continental sem fundamento monolítico que realmente une a todos.
Eles estão procurando como dar uma imagem de que os Estados Unidos continuam sendo um país excepcional para o mundo, destacou Espinoza e explicou como as nações estão revisando sua política externa diante de um grave declínio no governo dos EUA.
Referindo-se a uma matriz de opinião gerada pelos Estados Unidos sobre um suposto boicote à mencionada Cúpula a ser realizada em Los Angeles, Califórnia, o especialista destacou que os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela nunca pensaram em desunião, muito menos em boicotar nenhum cume.
O especialista do CREI mencionou a possibilidade de que, se outros governos aderirem à convocação para não comparecer a essa reunião, se nem todos os países participarem, poderá ser o precedente para unir mais forças e eliminar a Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Há um despertar dos povos, mas eles (os Estados Unidos) não vão permitir que a OEA desapareça, apesar de vários países do hemisfério estarem interessados não apenas em deixar a organização, mas também em substituí-la”, comentou.
Espinoza referiu-se à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) como a opção contra organizações como a OEA e eventos como a Cúpula das Américas, e a descreveu como a alternativa dos povos.
“Na CELAC, prevalece a visão e o espírito de figuras como Fidel Castro e Hugo Chávez”, disse.
Nesse sentido, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, lembrou o discurso da semana passada quando afirmou que a CELAC deveria dizer ao governo dos Estados Unidos para ficar com sua Cúpula e “como a Celac os convida a se reunir conosco, não para decidir quem será nessa reunião”
O cientista político resumiu que Washington nunca teve a melhor vontade com os povos do continente, pois sempre viu esses países como o Sul, onde há muitos recursos de natureza estratégica e que devem ser plenamente explorados e aproveitados.
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