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Sociedade a meio mastro

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Sociedade a meio mastro

Washington, 29 mai (Prensa Latina) Mais uma vez, os Estados Unidos hastearam sua bandeira a meio mastro pelas vítimas fatais de um tiroteio em massa, desta vez em uma escola primária do Texas, onde um jovem de 18 anos matou 19 crianças e dois professores.

Quando Salvador Ramos enviou uma mensagem privada em 24 de maio dizendo “vou atirar em uma escola primária”, ninguém imaginava que algumas horas depois ele iria ao centro educacional Robb, na pequena cidade de Uvalde, com um rifle e colete à prova de balas para abrir fogo.

“Ele atirou e matou horrivelmente”, disse o governador do Texas, o republicano Greg Abbott, que explicou que o agressor escreveu suas intenções no Facebook, depois entrou em um caminhão e foi ao local “sem que ninguém soubesse ainda o porquê”.

No entanto, uma coisa é real: as razões pelas quais a sociedade americana chegou a um ponto em que tiroteios em locais públicos estão se tornando mais frequentes.

A desregulamentação das armas de fogo, com base na interpretação da Segunda Emenda da Constituição, e a inação a esse respeito por parte dos políticos, mais preocupados em não prejudicar seus negócios e suas posições de poder do que em resolver os problemas, apontam como as principais causas.

O massacre no Texas apenas ressaltou como a nação mais poderosa do mundo não pode nem mesmo garantir a segurança e o cuidado de sua população mais vulnerável, as crianças.

O pediatra e ativista Bryan Leyva observou no Twitter que a principal causa de morte infantil nos Estados Unidos tem sido por armas de fogo desde 2020, ano em que 4.300 menores morreram por esse motivo.

O que aconteceu no estado do sul dos EUA – considerado um “santuário” para esses artefatos graças às leis assinadas por Abbott – foi o segundo tiroteio em massa no país em 10 dias, após o ataque de um supremacista branco, também de 18 anos, que matou 10 pessoas, a maioria negras, na cidade de Buffalo, em Nova York.

Dados da organização Arquivo de la Violencia Armada revelam que eventos desse tipo aumentaram até agora neste ano para mais de 200 e as mortes ultrapassam 17.000.

O presidente Joe Biden lamentou o que aconteceu e pediu ao Congresso que transforme “dor em ação”.

Os legisladores, e os republicanos em particular, se recusam a limitar o acesso a armas, enquanto a poderosa National Rifle Association pressiona para rejeitar qualquer mudança.

Os americanos são esmagadoramente a favor do controle de armas, de acordo com pesquisas recentes.

As ordens executivas também podem ajudar a coibir a violência, mas não depende apenas do legislativo, como justifica Biden.

Enquanto persiste a falta de acordo no Capitólio sobre um projeto nesse sentido e o governo continua com as mãos cruzadas, a população, especialmente as minorias negras e latinas, contribuem em grande parte para o número de mortos por esse flagelo social, conforme evidenciado por estatísticas oficiais.

(Retirado de Orbe)

/hb

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