Em entrevista ao Jornal de Angola, o presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Gestão da Região do Okavango de Angola (Anagero), Rui Lisboa, confirmou que o Governo criou um grupo de trabalho multissectorial para acelerar a implementação dos empreendimentos .
Conforme anunciado, a parte angolana do Okavango-Zambeze vai receber, a partir do próximo mês, os primeiros investimentos de empresários nacionais e estrangeiros, nas áreas do ecoturismo, agricultura, agronegócio, operação de aeródromos e silvicultura, nas localidades do Cuito Cuanavale, Mavinga, Dirico, Cuangar e Bico de Angola (Rivungo), na província do Donde Cubango.
Dentro de alguns dias, especificou, serão assinados pré-acordos para oferecer aos investidores a possibilidade de trabalhar na mobilização de recursos financeiros e em todos os trâmites legais para a execução das obras.
O Anagero já recebeu propostas do Fragile Earth and Space for Giants, do Reino Unido; Wilderness Safari do Botswana e várias entidades no estaleiro, incluindo o Instituto da Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), explicou.
Estes projectos, indicou, serão considerados pilotos, com os quais “vamos assinar rapidamente memorandos de entendimento para iniciar as actividades conducentes à implementação”.
Segundo Lisboa, o referido instituto FAA vai investir em cinco iniciativas no mesmo número de municípios do Donde Cubango, entre elas, a operacionalização dos aeródromos de Mavinga, Jamba (Rivungo), Mucuso (Dirico), Savate e Bondo Caila, em Quangar .
Vai ainda participar em actividades florestais e agrícolas em Mavinga, ecoturismo nas localidades de Bico de Angola (Rivungo) e Mucusso (Dirico), bem como em negócios de agroturismo no Parque Nacional Luengue-Luiana, acrescentou.
Até agora, Angola é o único país que não ratificou o memorando do tratado para a área transfronteiriça Okavango-Zambezi, pendente, alegou, de primeiro criar condições de infra-estrutura interna.
A iniciativa regional inclui Angola, Zimbabué, Botswana, Namíbia e Zâmbia, lembrou o representante da Anagero.
Segundo o especialista, a porção angolana do Okavango é de grande importância ecológica, “porque somos a principal fonte de água que alimenta as grandes bacias hidrográficas do Okavango, Zambeze e Kuando, bem como outras da África Austral, que fluem para o Oceano Atlântico”; Além disso, é o maior santuário de vida selvagem do país, destacou.
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