“Nossa intenção é ouvir os argumentos, apresentar nossos argumentos, nunca abrir mão de que através do diálogo possamos raciocinar sobre esse assunto”, disse a vice-chefe da bancada da FA na Assembleia Legislativa, Sofía Guillén, consultada nas mesas de diálogo organizadas pelo o Executivo nesse projeto legal.
A iniciativa busca legalizar na Costa Rica 4×3 jornadas de trabalho (12 horas de trabalho por quatro dias consecutivos e três dias de folga), em que o Poder Executivo convocou na terça-feira diferentes atores políticos, sindicais e sociais para conhecer suas posições.
Nessa reunião, a bancada da Frente Ampla – além de Guillén, também participou o chefe do grupo legislativo da FA, Jonathan Acuña – fez o pedido expresso de incluir os grupos de mulheres na discussão, porque são os mais afetados por um longo trabalho horas.
A Frente lembrou que ainda não há acordos após a primeira reunião e convocou um debate de alto nível, com argumentos e estudos que sustentem cada posição, antecipando que apresentará dados e estudos sobre os efeitos da jornada estendida de 12 horas na a saúde física e a dinâmica mental e familiar.
Acuña ressaltou que toda essa discussão deve ocorrer com um foco claro de respeito aos trabalhadores e considerar as tendências globais, já que outros países estão discutindo é a redução da jornada de trabalho.
Nesse sentido, o Bloco Sindical e Social Unitário da Costa Rica (Bussco) afirmou nesta quarta-feira que a tentativa de eliminar a jornada de trabalho de oito horas na Costa Rica constitui um retrocesso de 100 anos e uma forma de escravidão.
“A jornada de oito horas e seu slogan: oito horas de trabalho, oito horas de lazer e oito horas de sono custam prisão, sangue e até a vida dos trabalhadores e eliminá-la é uma afronta política à classe trabalhadora”, disse Bussco.
Considerou que este projeto é uma política criminosa e predatória dos direitos trabalhistas, do uso intensivo da força de trabalho e uma lógica que busca reduzir os custos de produção com sacrifício de renda, saúde ocupacional e bem-estar dos trabalhadores e suas famílias.
Da mesma forma, continuou, frustra oportunidades de melhoria e mobilidade social para quem trabalha para poder estudar, condenando as pessoas à estagnação e não melhorando suas condições econômicas e sociais.
Além disso, acrescentou, provoca maior desemprego, porque em vez de contratar três trabalhadores usariam dois para cobrir 24 horas, e afirmou que a iniciativa legal é inconstitucional porque desmantela o Estado de Direito.
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