Afastado dos cargos públicos, mas não afastado dos eventos sociais, o general do Exército participou recentemente das sessões do Parlamento cubano, teve um encontro com o presidente do México e participou do desfile do Dia Internacional dos Trabalhadores junto com milhares de pessoas.
Raúl Castro foi protagonista, junto com seu irmão Fidel, no assalto ao quartel de Moncada (1953), no desembarque do iate Granma (1956) e na luta de guerrilha na Sierra Maestra (1956-1958) contra a tirania de Fulgêncio Batista.
Chefe das Forças Armadas Revolucionárias de 1959 a 2008, nesse último ano se tornou presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros por uma década e também assumiu a mais alta direção do Partido Comunista de Cuba entre 2011 e 2021.
Quando em abril do ano passado deixou o cargo político mais importante do país, o atual presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, exaltou a modéstia e a liderança que sempre caracterizaram o líder guerrilheiro.
Entre os marcos de sua gestão à cabeceira da ilha estão a renegociação da dívida nacional, a modificação da Lei de Imigração, as transformações no setor agrícola, a ampliação das formas de gestão não estatais, a nova Lei do Investimento Estrangeiro e a criação da Zona Especial de Desenvolvimento Mariel.
Nesse sentido, promoveu profundas mudanças estruturais na atualização do modelo econômico e social da nação caribenha, que continua até hoje sob a orientação de uma nova geração.
Sob sua liderança, ocorreu a libertação dos cinco combatentes antiterroristas cubanos presos nos Estados Unidos e dirigiu o processo de negociações para o restabelecimento das relações diplomáticas com o país do norte.
Como estadista e defensor da integração latino-americana, também se destacou durante o período de Cuba à frente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, quando a região foi declarada Zona de Paz em uma cúpula realizada em Havana em janeiro de 2014.
Nikolai Leonov, ex-oficial sênior dos serviços de inteligência soviéticos (KGB) e amigo do general do Exército desde 1953, destacou em uma biografia de Raúl Castro que uma de suas principais virtudes era o pragmatismo no governo.
Aliás, o líder máximo da Revolução, Fidel Castro, elogiou em várias ocasiões o talento de seu irmão para se destacar por seus próprios méritos, qualidade que também lhe rendeu o respeito do povo cubano, sempre ansioso por vê-lo publicamente.
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